Volta a Portugal A estratégia do diretor desportivo da equipa que mais favoritos reúne
O diretor desportivo da Glassdrive-Q8-Anicolor, Rúben Pereira, não embandeirou em arco pela vitória de Rafael Reis no Prólogo da 84.ª edição da Volta a Portugal, esta quarta-feira, em Viseu, tão pouco com o terceiro lugar do vencedor de 2022, o uruguaio Maurício Moreira, a apenas três segundos do português de Palmela.
«Foi um dia bastante importante para a equipa. Sair com o pé direito é muito importante para a estrutura, animicamente. Mas não é fácil. Não corremos sozinhos, e temos essa noção. Trabalhámos muito para chegar aqui. Agora, há que ir dia a dia», foram as cautelas manifestadas na avenida Europa, em Viseu, aos jornalistas, pelo responsável da equipa unanimemente apontada como principal favorita e tendo mais candidatos a (repetir) vitórias na Volta.
Com tantos candidatos à vitória dentro da própria equipa da Glassdrive-Q8-Anicolor, Rúben Pereira sorriu quando A BOLA o questionou sobre como é mandar numa casa com tantos ‘galos’ para o ‘poleiro’, e gerir egos e sensibilidades entre os ases do pedal às suas ordens.
«Não temos ‘galos’. Nem é preciso gerir egos. Isto, como costuma dizer-se, tão todos quase como filhos. Têm a educação desde casa, e a nossa educação e a formação foi feita a correr por e enquanto equipa. É esse o nosso objetivo. A Glassdrive-Q8-Anicolor ganhar é o nosso principal objetivo. Seja com o Artem [Nych], com o Maurício [Moreira], com o James [Whelan] ou o Fred [Frederico Figueiredo], é indiferente: importante é a Glassdrive ganhar», sublinhou Rúben Pereira aos jornalistas.
«Essa será sempre a nossa missão enquanto equipa», foi a garantia dada ainda antes das dez etapas, em Viseu, no final do Prólogo, esta quarta-feira, pelo diretor desportivo da formação sediada em Águeda, apostado em perpetuar a tradição da alegria do povo na festa sem preço de ver as coloridas camisolas e os ases do pedal a passarem-lhes à porta de casa, na sua terra.
«A Volta é o evento de verão dos portugueses. É o evento do povo: não tem de sair de casa para assistir a ciclismo, não tem de pagar bilhete para ver. Acima de tudo, é uma modalidade de muito sofrimento, muito treino e muita dedicação. Quem gosta disto, sabe o que passa um ciclista em cima da bicicleta, e também vibra muito com estes momentos», sublinhou um Rúben Pereira que recusa ‘kryptonite’ como a única possibilidade de travar os ‘Super Homens’ do pedal da equipa que dirige.
«Somos favoritos, mas, repito, não corremos sozinhos! E há uma coisa que nunca iremos perder: a humildade e o reconhecimento dos adversários. Essa será sempre a nossa forma de estar na vida e na equipa, é ir dia a dia e valorizar o nosso grupo», concluiu a mão que embala o berço da equipa e o estratega por eleição da formação com mais favoritos potenciais para (voltar a) vencer a Volta.