Chaves-Feirense, 0-0 Zero apenas nos golos, no futebol a nota foi (bem) mais elevada
Bom jogo em Chaves, emotivo e com incerteza até ao final, várias ocasiões de golo e futebol bem trabalhado (e bem distinto…) das duas equipas. Equipa flaviense fez mais pela vitória, com maior domínio e controlo, mas o Feirense, sólido defensivamente (e com um guarda-redes João Costa em grande plano), agarrou precioso ponto
Um domínio em toda a linha para o Chaves. Mais posse, mais remates, mais cantos, mais… tudo numa primeira parte de quase sentido único. Uma equipa flaviense a obrigar um Feirense, organizado, a ter de recuar linhas, mas que foi sustendo esse ímpeto flaviense pela sua organização defensiva e inspiração de João Costa, guarda-redes decisivo em muitos momentos (e que teve como ponto alto a defesa gigante a remate de Rui Gomes à passagem da meia hora de jogo).
Justiça no Resultado? Já lá vamos… Notas importantes: a margem de crescimento desta equipa de Marco Alves. Muito jovem, com excelentes dinâmicas (sobretudo ofensivas) e uma mão cheia de jogadores (cuidado com este André Ricardo…) que pode aspirar a voos maiores. Qualidades que (nem sempre tem sido assim até porque a equipa sofreu uma profunda renovação…) ficaram bem vincadas no jogo.
Passando ao Feirense, uma equipa de identidade diferente. Que se faz valer da sua maior experiência, solidez e posicionamento defensivo. Com um guarda-redes decisivo e muito astuta e paciente para explorar o erro adversário. A história do jogo foi muito assim. O Chaves mais audaz, a criar, procurar o golo e o Feirense mais consistente, a jogar mais pausadamente e na expetativa.
Esta linha orientadora não se alterou muito durante o jogo. Ainda que, justiça seja feita, o Feirense tenha arriscado (bem) mais na segunda parte como ficou evidente no remate de Rúben Alves (63’) que colocou a agilidade de Vozinha à prova e num lance em que Shodipo, isolado, acabou por proporcionar mais uma grande defesa do guardião transmontano. A segunda metade foi mais viva, mais equilibrada, mais imprevisível, sobretudo após as alterações de Vítor Martins na etapa final com a entrada de Henrique Jocu, Kevin e Shodipo.
Infelizmente, até porque a qualidade de jogo assim ‘exigia’, faltaram os golos. As duas equipas encontraram fórmulas para ferir o adversário, conseguiram criar e ter ocasiões suficientes para tal, mas faltou uma noite mais inspirada. A existir um vencedor teria de ser o Chaves, pelo maior domínio e controlo, mas o empate acaba por premiar a entrega e astúcia do Feirense no capítulo defensivo.
Reação dos treinadores
Marco Alves
(Treinador do Desportivo de Chaves)
«Fizemos primeira parte muito boa, talvez a melhor em casa. Criámos várias chegadas na área, muitas vezes deveríamos ter definido melhor, João Costa, guarda-redes do Feirense, foi o homem do jogo… Foi tremendamente injusto este resultado. Na segunda parte o Feirense cresceu um pouco, mas tivemos sempre o jogo controlado. O Feirense tem feito campeonato bom, fez jogo em que concedeu mais ocasiões e não conseguimos marcar. Orgulhoso ao máximo trabalho dos meus jogadores, qualidade, faltou mesmo só o golo para levarmos daqui os três pontos»
Vítor Martins
(Treinador do Feirense)
«O que sabe este jogo? Sabe a um ponto… Independentemente do adversário jogamos sempre para ganhar e tentar desmontar o adversário e isso esta noite faltou um pouco. Tivemos coragem, para tentar sair a jogar, mas na primeira parte houve alguma precipitação e quebra de confiança, até porque aquelas perdas de bola não fazem parte de nós. Queríamos mais acutilância que acabou por aparecer mais na segunda parte. Estamos a criar, apesar de hoje não ser maior exemplo, mas não conseguimos colocar a bola na baliza. É insistir e continuar com esta coragem, faltou mais acutilância e finalização. Esta coragem é o que sai daqui. E mais um ponto contra um candidato à subida na minha opinião.»