Vítor Bruno: «Vitória justa, sem contestação»
Foto: HUGO DELGADO/LUSA

Vítor Bruno: «Vitória justa, sem contestação»

NACIONAL21.09.202421:02

Técnico portista não desvalorizou as dificuldades sentidas no encontro, mas reforçou a justiça no resultado; sublinhou que o Samu Omorodion ainda se está a adaptar e saiu em defesa de Otávio

 Garantida a vitória diante do V.Guimarães, Vítor Bruno abordou o encontro e explicou os motivos que lavaram os azuis a branco a terem dificuldades de criação durante a primeira parte. Entre elogios a Samu Omorodion, o técnico portista saiu em defesa de Otávio e garantiu que o foco do FC Porto está agora no Bodo-Glimt para a Liga Europa.

- Duas partes diferentes distintas quanto à emoção do encontro?

«Fazia parte do plano desgastar aquilo que era a organização defensiva do Vitória. Uma equipa que tinha sofrido apenas dois golos nos jogos já disputados, o que revela a capacidade a defender. Tivemos de procurar caminhos, perceber onde tínhamos de encontrar espaços, muito nas costas da primeira linha de pressão para condicionar a linha de médios do Vitória e acho que fizemos isso muito bem, mas faltaram espaços nos 25 metros do campo. Na segunda parte foi diferente. Falámos no balneário sobre como é que podíamos atacar a última linha com passes na profundidade, uma vez que os primeiros 60 metros estavam lá, mas o campo é 100 e precisávamos de desarrumar a linha defensiva adversária.  Conseguimos. Fizemos três golos, a vitória é justa, sem contestação, mas são só três pontos e não mais do que isso.»

 -  O que é que o Samu [Omorodion] pode dar à época do FC Porto?

«O Samu ainda está a conhecer os colegas. Percebeu-se na primeira parte que a linguagem corporal dele não é a melhor pela forma como se sintoniza com eles, ainda está a procurar a melhor maneira para isso e depois o seu rendimento ainda será melhor. Tem feito um percurso assente na sustentabilidade diária, naquilo que é conhecer os colegas e um clube diferente. A forma como ele capta espaços é algum que nos importa no perfil de um ponta de lança do FC Porto. Temos outros perfis de avançados que podem abraçar aquilo que é o plano de jogo. É como eu digo: estou muito contente com os quatro, é um orgulho ver o que são capazes de fazer diariamente e perceber de que forma é que eles podem aparecer a um nível alto. Na segunda parte, foi um exemplo disso e o Samu foi letal, mas os outros também o podem fazer. No plano defensivo, eles estão todos reféns daquilo que é o compromisso com a equipa.»

- Entrada de Eustáquio e o que é que acrescentou à equipa?

«Todos são importantes. Não o digo da boca para fora ou só por dizer… digo com sentimento e vai haver espaço para todos. O Stefan [Eustáquio] é muito importante, como é o Vasquinho [Vasco Sousa], o Marco [Grujic], o Franco [André Franco], o Varela [Alan Varela] ou o Nico [González]. Temos de olhar estrategicamente para aquilo que é o adversário e potenciar aquilo que queremos para o jogo. Ele fez um jogo muito disciplinado e, por vezes, é difícil dar tão boa resposta depois de um período sem jogar como ele deu. Eles sabem que eu conto com todos. Olhando para o adversário temos de saber o que é que cada um pode dar de melhor e esse é o meu desafio diário. Perceber o contexto e o momento. O Stefan já me conhece há muito tempo, sentiu-se familiarizado e deu uma boa resposta. »

- Otávio fora da ficha de jogo. Foi para proteger o jogador?

«Sei que vão começar as especulações, não é só proteção, mas sim de tirar o jogador do olho do furação. Fazer com que ele desligue dos alvos que podem fazer cair sobre ele- e na minha opinião sem razão-, às vezes é preciso sair de cena e quando estiver mais sereno voltar a jogar porque confio muito nele.»

- O que esperar do FC Porto na Noruega para a estreia na Liga Europa?

«Esperar sermos sérios. Muito sérios na abordagem, atacar já amanhã o treino e pensar no jogo de quarta-feira. O objetivo é não secundarizar aquilo que pode ser uma equipa do Bodo/Glimt, que muitos podem não conhecer, mas tem feito um trajeto ímpar em casa para as competições europeias. Será um ambiente difícil, mas estamos habituados a ambientes difíceis como o que vivemos aqui. Conseguimos desligar-nos dele e agora é só pensar em quarta-feira.»