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12 agosto 2024, 12:25
Vinícius Jr. diz não a proposta milionária da Arábia Saudita
Fundo de Investimento Saudita queria que o internacional brasileiro fosse um dos rostos a candidatura do país ao Mundial de 2034
Jorge Jesus com a equipa do Al Hilal, campeões sauditas em título (X/@AlHilal_SG)
Vini recusou, mas a Liga Saudita quer mais estrelas e mais jovens
Investimento do país no futebol começou com Cristiano Ronaldo e já é uma questão permanente em qualquer mercado de transferências. As grandes estrelas trazem notoriedade, mas também já há um foco na contratação e desenvolvimento de jovens jogadores
A época saudita começa esta terça-feira, com o Al Hilal de Jorge Jesus a enfrentar o Al Ahli na meia-final da Supertaça local. E para inaugurar 2024/25, foi precisamente o Al Ahli, segundo a Imprensa espanhola, quem tentou contratar uma das maiores estrelas mundiais, e um dos candidatos à Bola de Ouro: Vinícius Júnior.
O jogador do Real Madrid recusou; no entanto, esta oferta não deixa de recordar que o país do Médio Oriente tem os meios (nomeadamente financeiros) para contratar alguns dos principais nomes do futebol mundial – e, ao contrário do que se possa pensar, esses nomes não se cingem a jogadores em final de carreira.
PIF – o verdadeiro 'El Dorado'
O Al Ahli pertence ao Fundo de Investimento Público (PIF) saudita, um órgão governamental que adquiriu 75% de quatro dos maiores clubes do país - para além deste, também o Al Nassr, o Al Hilal e o Al Ittihad – em junho de 2023 (e é também o dono do Newcastle).
Este investimento serviu para dar continuidade ao investimento que a Liga Saudita estava a fazer na contratação de grandes estrelas, exponenciado pela chegada de Cristiano Ronaldo ao Al Nassr em dezembro de 2022. Desde então, foram vários os que seguiram o caminho do português, tal como o quadro a seguir ilustra.
Nome | Posição | Idade | Clube |
Cristiano Ronaldo | Avançado | 39 | Al Nassr |
Rúben Neves | Médio | 26 | Al Hilal |
Otávio | Médio | 28 | Al NAsst |
Karim Benzema | Avançado | 36 | Al Ittihad |
Neymar | Avançado | 31 | Al Hilal |
Sadio Mané | Avançado | 32 | Al Nassr |
Aubameyang | Avançado | 35 | Al Qadsiah |
Nacho Fernández | Defesa | 34 | Al Qadsiah |
Kalidou Koulibaly | Defesa | 32 | Al Hilal |
Aleksandar Mitrovic | Avançado | 28 | Al Hilal |
Milinkovic-Savic | Médio | 28 | Al Hilal |
Aymeric Laporte | Defesa | 29 | Al Nassr |
Riyad Mahrez | Avançado | 33 | Al Ahli |
Roberto Firmino | Avançado | 32 | Al Ahli |
Marcelo Brozovic | Médio | 30 | Al Nassr |
Fabinho | Médio | 29 | Al Ittihad |
Edouard Mendy | Guarda-redes | 31 | Al Ahli |
Bono | Guarda-redes | 32 | Al Hilal |
Georginio Wijnaldum | Médio | 33 | Al Ettifaq |
Malcom | Avançado | 27 | Al Hilal |
Para a Liga Saudita, ninguém está fora do alcance e tal reflete-se no valor que a liga tem gasto em transferências. Segundo o Transfermarkt, portal especializado nesta questão, na época passada, só os clubes detidos pelo PIF gastaram mais dinheiro em contratações (850 milhões de euros) do que todos os clubes da La Liga (538 milhões de euros). E sendo certo que a maioria dos jogadores têm mais de 30 anos e, por isso, se aproximam do fim da carreira, o campeonato também já é casa de muito talento jovem.
De Neves e Jota até Diaby
Neste mercado de verão, o Al Ittihad contratou Moussa Diaby (25 anos) por 60 milhões de euros. Bento, guardião que foi associado ao Benfica e com a mesma idade do avançado, vai ser companheiro de Ronaldo. Já Equi Fernández, que também foi referenciado pelas águias e pelo FC Porto, saiu do Boca Juniors para assinar pelo Al Qadsiah aos 22 anos. E ainda há Houssem Aouar que, aos 26 anos, deixou o futebol europeu e assinou com o Al Ittihad.
Estas novas chegadas, aliadas à permanência dos portugueses Jota (25 anos), Rúben Neves, Otávio, e de jogadores como Gabri Veiga (22 anos), Merih Demiral (26 anos) ou Malcom (27 anos), deixam o campeonato sonhar com possíveis contratações de outros jovens, tal como Vítor Roque, de 19 anos, que foi associado ao Al Hilal, ou claro, de Vinícius Júnior.
O investimento saudita não parará por aqui – há planos para a privatização de dezenas de clubes, de modo a atrair investidores e patrocínios com a intenção de, segundo reportou o Arab News, aumentar as receitas comerciais da Liga para 440 milhões de euros anuais. O plano, como é sabido, é tornar a competição uma das mais fortes do mundo e o país não olhará a meios para atingir esse estatuto.
Portugueses na Liga Saudita
É impossível negar a influência lusitana em terras sauditas, desde logo començado pelo banco. O treinador campeão é português – Jorge Jesus, no Al Hilal –, assim como o 2.º classificado da época passada – Luís Castro no Al Nassr. Para além desses, há outros três que, esta época, vão treinar neste campeonato: Vítor Pereira no Al Shabab, Álvaro Pacheco no Al Orobah e Paulo Duarte no Al Kholood (ambos clubes recém-promovidos).
Dentro campo, haverá sete jogadores portugueses na Liga Saudita, para além dos já mencionados, há um trio de lusos no Al Khaleej: Fábio Martins, Pedro Rebocho e Ivo Rodrigues. Também há Afonso Taira, treinado por Paulo Duarte no Al Kholood e, por fim, o guardião André Moreira, que vai para a segunda época consecutiva no Al Raed.
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