29 dezembro 2024, 23:39
Destaques do Sporting: Geny saiu da lâmpada e realizou desejo
Extremo marcou golo do triunfo e durou toda a partida, Gyokeres acompanhou com exibição de grande qualidade e assistência valiosa
Avassaladores, os primeiros 45 minutos do Sporting deixaram o Benfica atónito; na segunda metade, encarnados fizeram pela vida mas faltou-lhes eficácia. O dérbi da estreia feliz de Rui Borges foi emocionante até ao derradeiro segundo
Este foi um dérbi com várias histórias dentro do resultado que perdurará nas estatísticas, e que dá conta da vitória do Sporting por 1-0 sobre o eterno rival. Comecemos pela assimetria: os leões vestiram fato de gala na primeira parte, foram muitíssimo mais intensos que o Benfica e tiveram ocasiões para sentenciar a partida, não fora a grande oposição feita por Trubin a Catamo (17) e Gyokeres (40). A equipa de Bruno Lage, que se apresentou no habitual figurino, apenas com Amdouni, mais móvel, no lugar que costuma ser de Pavlidis, foi amplamente subjugada por um ‘novo’ Sporting, que entrou em campo decidido a exorcizar definitivamente o fantasma de Ruben Amorim.
Os jogadores responderam positivamente à ‘chicotada psicológica’ e adaptaram-se bem ao 4x4x2 que Rui Borges não quis deixar para depois, independentemente de ter tido apenas três treinos para implementá-lo. Mas, bem vistas coisas, em muitas dinâmicas os leões tiveram ou Quaresma ou Matheus Reis a jogar por dentro, descendo para fazer o cinco da defesa Catamo ou Quenda, como no antigamente. O que se alterou radicalmente face a um passado recente foi a intensidade colocada no jogo, na primeira parte de tal forma asfixiante que deixou o Benfica quase KO e os leões de língua de fora no segundo tempo, até Rui Borges mexer na equipa, sem alterar a tática, com as entradas, para dar pulmão, primeiro de João Simões, Maxi e Fresneda (72) e depois de Harder (81).
Em suma, os leões pagaram com alguns sustos e com a necessidade de entregarem o comando do jogo às águias, o esforço que fizeram na metade inicial. Nesse período, com Florentino e Tomás Araújo a denotarem um inesperado nervosismo (o central foi batido de forma demasiado fácil por Gyokeres, devido a uma abordagem ao lance em que usou mal o corpo, na assistência que daria o único golo da partida, e o trinco perdeu várias bolas comprometedoras, em lances que podiam ter acabado pior para a sua equipa) houve muito pouco Benfica, com dificuldade em sair a jogar com bola, com uma tremenda incapacidade em segurá-la a meio-campo, tendo tudo isto como consequência o deficiente municiamento dos avançados.
Após o intervalo, Barreiro foi a jogo e Florentino ficou na cabina, pensando-se que o internacional luxemburguês iria atuar na cabeça da área. Porém, essa missão, a que se juntava a de pautar o jogo, coube a Kokçu e a partir daí o Benfica reencontrou-se, Di María passou para a esquerda, ficando a direita para Aurnses, Bah e Carreras começaram a fazer mossa nas alas, e o golo começou a rondar a baliza de Israel, que na primeira parte apenas se tinha aplicado num livre de Kokçu.
29 dezembro 2024, 23:39
Extremo marcou golo do triunfo e durou toda a partida, Gyokeres acompanhou com exibição de grande qualidade e assistência valiosa
O que os encarnados começaram então a fazer em termos de pressão foi suficiente para muitos fantasmas regressarem a Alvalade. Sentia-se que a equipa verde-e-branca estava cansada – um lance caricato (68) em que um pontapé de baliza para o Sporting acabou em canto para o Benfica é disso prova – e Rui Borges fez, aos 72 minutos o que, provavelmente devia ter feito por volta dos 60: tirou Morita, em perda, Quaresma, com cãibras e Quenda, esgotado e sem mexer no 4x4x2, que se transformava em 4x2x3x1 quando Trincão baixava no terreno, refrescou os setores com Fresneda, Maxi e João Simões. A partir daí, embora o sinal mais fosse do Benfica, os leões passaram a respirar melhor e até tiveram oportunidade de ensaiar alguns contra-ataques perigosos, com Catamo e Gyokeres como protagonistas.
Bruno Lage ainda reforçou a presença na área contrária, quando, aos 84 minutos, juntou Arthur Cabral a Pavlidis, que substituíra Amdouni (75) no mesmo instante em que Beste foi para a vez de Arkturkoglu. Mas, num contexto em que podia ter marcado – teve três oportunidades – o Benfica ficou-se pelo quase, e o Sporting não teve complexos em baixar linhas e até recorrer a uma evidente queima de tempo para garantir que não só os três pontos ficavam em Alvalade, mas também que Rui Borges teria a estreia com que que certamente sonhara, ao mesmo tempo que dava um pontapé na crise.
29 dezembro 2024, 23:25
Guarda-redes encarnado foi decisivo, com intervenções de grande nível, para atenuar a apatia da equipa na primeira parte. Florentino saiu e quase toda a equipa cresceu numa segunda parte onde Kokçu liderou. Notas negativas para a precipitação de Tomás Araújo e o 'apagão' de Akturkoglu
Em conclusão, sem querer recorrer a lugares comuns, a vitória do Sporting não é injusta, embora ficasse a sensação de que o Benfica levou menos do que merecia, pelo que fez nos últimos 45 minutos. Mas, mais uma vez, viu-se a importância, muitas vezes desvalorizada, de meter a bola na baliza do adversário. Ganharam os que o fizeram…