Nova fórmula estabelece teto de €10 M para as cinco principais federações (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) e impõe aprovação dos clubes dos primeiros escalões para que emblemas das divisões secundárias possam beneficiar dessa redistribuição.
O Comité Executivo da UEFA aprovou esta terça-feira, em reunião em Praga, a nova fórmula de distribuição dos pagamentos de solidariedade para clubes que não participam nas competições europeias, a aplicar no período de 2024 a 2027. Tal como A BOLA revelou há uma semana, em primeira mão, a nova fórmula estabelece um teto de dez milhões de euros para as cinco principais federações (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) e impõe aprovação dos clubes dos primeiros escalões para que emblemas das divisões secundárias possam, também, beneficiar dessa redistribuição.
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No comunicado a seguir à reunião, a UEFA esclarece que a fórmula de distribuição foi decidida em «colaboração próxima com a Associação Europeia de Clubes e as Ligas Europeias», associação que junta os principais campeonatos europeus e que é presidida por Pedro Proença – que, nessa condição, tem assento no Comité Executivo.
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Segundo a UEFA, os princípios fundamentais da redistribuição do dinheiro de solidariedade por clubes não participantes nas provas europeias são os seguintes:
- Os fundos ficam reservados aos clubes dos primeiros escalões que não entrem nas fases de liga da Champions, da Liga Europa e da Liga Conferência;
- Esses fundos pretendem promover o equilíbrio competitivo nas ligas europeias de topo, nas quais alguns clubes beneficiam de receitas adicionais pela participação em provas europeias;
- Parte dos fundos pode ser encaminhada para clubes de segundas divisões, com o acordo dos clubes do primeiro escalão;
- Os fundos destinam-se a melhorar as estruturas e funcionamento organizacional dos clubes, melhorando desta forma o desenvolvimento do futebol europeu;
- Para serem elegíveis para receber esses fundos, os clubes devem cumprir vários critérios de licenciamento da UEFA, com o futebol de formação a ser o elemento definidor.
O novo modelo das competições europeias, e a distribuição financeira decidida pela UEFA, fez aumentar os valores disponíveis para esse fundo de solidariedade em 80 por cento. No ciclo 2024-2007, serão 308 milhões de euros anuais disponíveis para os clubes que não participam nas fases de liga das três competições da UEFA, correspondentes a 7 por cento das receitas totais. Na época passada, esse valor rondou os 170 milhões de euros, 4 por cento das receitas dessa temporada.
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Com 10 milhões reservados para cada uma das principais ligas, os valores disponíveis para as outras 50 associações passam «dos atuais 135 milhões de euros para um total de 258 milhões», explicou a UEFA. «70 por cento desse valor será distribuído com base no ranking da UEFA, enquanto 30 por cento será proporcional aos valores recebidos pelo clube que mais encaixar [nas provas europeias desse ano] em cada federação, um conceito inovador dirigido ao equilíbrio competitivo nas ligas nacionais», justificou ainda o Comité Executivo.
A UEFA dará detalhes adicionais em circular nas próximas semanas, mas, como A BOLA adiantou na semana passada, Portugal pode esperar receber 6,5 milhões de euros em cada uma dessas parcelas, caso a participação dos clubes portugueses nas provas europeias fique dentro do expectável.
Os 30 por cento proporcionais ao rendimento do melhor clube português nas competições europeias dessa época terão obrigatoriamente de ir, apenas, para clubes do primeiro escalão – 13, em 2024/2025, porque Sporting, Benfica, FC Porto, SC Braga e V. Guimarães entraram nas fases de liga das provas da UEFA. Com isso, cada clube da Liga Portugal Betclic encaixará cerca de 500 mil euros – em 2022/2023, última época para a qual há registos dos valores recebidos pelos clubes portugueses, cada clube da Liga e da Liga 2 encaixou 218 mil euros.
Os 70 por cento relativos ao ranking, esses sim, poderão contemplar também clubes da Liga 2. A UEFA não o especificou ontem, mas A BOLA sabe que é necessário o voto favorável de 70 por cento desses clubes para que os dos escalões secundários possam, também, ser beneficiados.
A Direção da Liga, em todo o caso, já manifestou por unanimidade a intenção de evitar que os clubes da Liga 2 saiam penalizados. Qualquer forma de redistribuição, em todo o caso, precisa sempre da aprovação dos clubes do primeiro escalão.