Tomba-gigantes só em Elvas, em Faro gigante impôs a lei…
Schjelderup e Arthur Cabral marcaram em Faro

Tomba-gigantes só em Elvas, em Faro gigante impôs a lei…

Na Taça de Portugal tudo é possível, e o V. Guimarães que o diga. Mas o Benfica foi capaz de puxar dos galões no Algarve, e manter-se na corrida por uma presença no Jamor

Numa ronda da Taça de Portugal indelevelmente marcada pela eliminação do Vitória de Guimarães, em Elvas, frente a uma equipa alentejana do quarto escalão, o Benfica teve na capital algarvia, uma prova difícil – jogar no São Luís não é tão ‘friendly’  como atuar no Estádio Algarve, onde os encarnados derrotaram, na presente temporada, os leões de Faro, para a I Liga – onde acabaram por impor-se graças a um segundo tempo de grande assertividade e pragmatismo. Aliás, vindo de uma série virtuosa, na prova-rainha do nosso futebol, frente ao Farense – cinco eliminatórias, cinco triunfos – o Benfica começou por mostrar uma entrada em força, com determinação e bom futebol, traída por um golo sofrido na sequência de um pontapé de canto logo aos sete minutos, num lance em tudo semelhante ao do segundo golo do SC Braga na Luz, quando os encarnados marcaram com os olhos, e os adversários faturaram de cabeça, após ‘atacarem’ a bola.

Sem grande capacidade de reação imediata face à desvantagem, pelo menos no que diz respeito a oportunidades de golo, já que o Farense recuou estrategicamente, oferecendo o comando do ritmo de jogo ao Benfica, a equipa de Bruno Lage pareceu, a páginas tantas, pôr-se a jeito para continuar fora da rota do Jamor, onde não é feliz desde os idos de Rui Vitória (o último a também ganhar uma Taça da Liga, até ao momento em que Trubin, em Leiria, disse ‘não’ a Trincão).

No segundo tempo a intensidade benfiquista fez mossa, Schjelderup voltou a mostrar que estamos perante um jogador diferenciado, que não só é contundente nas alas como tem uma assinalável capacidade finalizadora, Arthur Cabral disse ao Mundo, pela enésima vez, que não deve nada a Pavlidis, e o Benfica forçou uma justa cambalhota no marcador, que pode colocá-lo perante novo tira-teimas frente ao SC Braga, assim os arsenalistas derrotem, na Pedreira, o histórico Lusitano de Évora. Seria, de facto, extraordinário, se os dois grandes rivais minhotos fossem eliminados, na mesma ronda, por equipas alentejanas de escalões inferiores. É altamente improvável, mas se há palavra proibida no futebol, essa é ‘impossível’.    

Não fosse a Taça de Portugal o que é, e seria legítimo afirmar que estaríamos com uma final Benfica-Sporting no horizonte. Mas só os incautos podem incorrer em tal leviandade: é por isso que a prova-rainha do nosso futebol é especial, e todos os jogadores sonham com uma presença no Jamor, onde podem ser protagonistas maiores de uma festa única nos anais do desporto nacional.