«Tenho a mesma paixão pelo FC Porto como tinha há 41 anos»

FC Porto «Tenho a mesma paixão pelo FC Porto como tinha há 41 anos»

NACIONAL16.06.202320:28

Pinto da Costa foi um dos oradores no XIII Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória, que decorre na Fábrica Santo Thyrso até este sábado e foi convidado para falar sobre liderança, ele que está há 41 anos à frente dos destinos do FC Porto.

«Nunca li nada sobre liderança, tenho os meus princípios e sigo-os. Para se respeitar um líder tem de se sentir que o líder cumpre tudo o que exige dos outros. As pessoas quando fazem sacrifícios ou dão um bocado mais de si têm de sentir que o seu líder faz o mesmo. Tenho fama de ser o primeiro a entrar no Dragão e o último a sair. Se não o fizesse não tinha moral para exigir nada. Digo muitas vezes aos jogadores que se ganharem vão tornar gente infeliz, feliz, e essa é uma das razões pelas quais me tenho mantido», contou.

E sobre liderança deu mesmo o exemplo de António Costa quando o primeiro-ministro decidiu não demitir João Galamba, apesar das pressões para deixar cair o ministro das Infraestruturas: «O nosso primeiro-ministro, há pouco tempo, mostrou que é um líder, nem é preciso dizer quando. Um líder não pode ter a sua equipa e porque alguém diz mal de um põe-se essa pessoa de lado porque não serve. Quando alguém da equipa está em dificuldades tem de se pô-lo lá em cima e ajudá-lo.»

Sobre a relação com os treinadores, assume que não é um jogo perdido ou um título ganho que define a competência

«O vencer e perder está muito perto, uma bola pode bater na trave e ir para dentro ou ir para fora. Há treinadores que podem ganhar sem mérito e perder por terem tido grandes méritos, mas serem prejudicados por fatores externos. Nunca deixei cair nenhum treinador pelo facto de ter perdido. Se sentir que um treinador não tem capacidade no momento, termina as suas funções com dignidade. Nunca nenhum treinador sai se tiver capacidade e eu tenho tido a felicidade, de um modo geral, de todos terem trabalhado bem. Se perder não é razão para o deixar cair.»

Ao cabo de 41 anos na presidência, e com eleições marcadas para 2024, Pinto da Costa diz que a sua paixão pelo FC Porto não mudou. Mas houve pelo menos uma altura em que pensou sair.

«Sair por pensar estar farto disto, não. Tenho a mesma paixão hoje pelo FC Porto como tinha há 41 anos ou há 75 anos, que foi quando entrei para sócio, agora houve situações em que eu pensei que talvez para o clube pudesse ser melhor a minha saída para haver mudança. Em 1987 vencemos a Taça dos Campeões Europeus, foi uma loucura, e fiz um projeto para o FC Porto dar um grande salto e era preciso muito dinheiro ou muito crédito. Ia dar um grande passo em frente com contratação de jogadores internacionais, mas era preciso alguém que desse cumprimento disso nos bancos. Entendia que ia ser bom», mas o sonho acabou adiado pela falta de recursos financeiros.