Mundial Feminino-2023 «Têm jogadoras gay na vossa equipa?»

Foi esta a questão colocada pela BBC à capitã da seleção feminina de Marrocos, Ghizlane Chebbak, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo do Mundial com a Coreia do Sul. Questão que deixou perplexa não apenas a jogadora, mas também o selecionador Reynald Pedros e outros elementos da comunicação social presentes na sala.

«Em Marrocos é ilegal ter uma relação gay. Têm jogadoras gay na vossa equipa? E como é a vida delas em Marrocos?», perguntou o jornalista da conceituada televisão britânica.

A questão lançou um ambiente tenso na sala e obrigou à intervenção da responsável da FIFA: «Essa é uma questão muito política, por isso, vamos passar a questões relacionadas com futebol.»

Mas o jornalista insistiu: «Não, não é uma questão política. É sobre pessoas. Nada tem a ver com política. Por favor, permitam-lhe responder à questão.» Chebbak não respondeu e a conferência de imprensa prosseguiu.

«Alguns membros da Imprensa marroquina ficaram visivelmente incomodados com a pergunta», revelou mais tarde Steph Yang, jornalista do The Athletic, à CNN, onde o porta-voz da BBC também apresentou um tímido pedido de desculpa: «Concordamos que a pergunta foi inadequada. Não tínhamos intenção de causar dor ou incómodo.»

Numa troca de mensagens privadas com um outro colega da mesma estação, o jornalista em causa acabou por fazer mea culpa: «Eu sei, fiz asneira.»