Tatiana Pinto acredita: «Temos as mesmas possibilidades e é a isso que nos vamos agarrar»

Tatiana Pinto representou a ambição de Portugal para a participação na Liga das Nações feminina, prova na qual considera que a equipa nacional «tem as mesmas possibilidades» que França e Noruega, os próximos adversários

A dois dias de iniciar a participação na recém-criada Liga das Nações feminina, com encontro marcado esta sexta-feira com a França, em Valenciennes, Portugal aborda esta nova competição com o mesmo espírito com que abordou a histórica presença num Mundial, há cerca de dois meses: com a ambição de desafiar e ousar bater os melhores.

O sorteio colocou a Seleção Nacional feminina perante os adversários mais poderosos do agrupamento, França e Noruega, nas duas primeiras jornadas do Grupo 2, o que não retira confiança à equipa, garantiu, esta manhã, Tatiana Pinto.

A experiente médio – 105 internacionalizações e cinco golos – surgiu na ronda de imprensa que antecedeu o apronto matinal da equipa portuguesa, que contou com as 24 convocadas no relvado – Joana Martins foi dispensada na véspera por lesão e não foi substituída – e apenas com Diana Silva a cumprir protocolo de contusão e, por isso, com um colete de cor diferente, de forma a realizar treino integrado, mas sem contacto.

«O jogo é dentro de campo, temos as mesmas possibilidades e é a isso que nos vamos agarrar», prometeu a médio portuguesa, que respeita o poderio das adversárias mas não se assusta com o estatuto das mesmas – a França, crónica candidata aos títulos europeu e mundial, é a 5.ª colocada do FIFA e a Noruega, antiga campeã europeia, olímpica e mundial, ocupa a 13.ª posição.

Tatiana define, sem rodeios, que «o ranking não é algo que importe que se tenha em mente». A jogadora acrescentou: «E lá está: o favoritismo é dentro de campo e tentamos ao máximo, seja com que seleção for, dar o nosso melhor e o Mundial foi a prova disso, mesmo contra seleções de topo mundial nós estivemos lá, olhos nos olhos, a competir e super competentes.»

Com a ambição que se reconhece às Navegadoras, Tatiana Pinto estabeleceu possíveis objetivos para o conjunto luso. «Esta nova competição é também para nós uma lufada de ar fresco e esperamos certamente fazer coisas boas para conseguirmos, quiçá, chegarmos a uns Jogos Olímpicos», perspetivou a centrocampista de 29 anos, que protagonizou recentemente uma transferência para o Brighton & Hove FC, da Premier League inglesa. 

No seu caso particular, um regresso a Inglaterra sete anos depois de ter representado o Bristol Academy e o Bristol City. Recém-chegada a Brighton, a internacional lusa não escondeu a felicidade por regressar ao futebol inglês e poder contribuir para a afirmação da futebolista portuguesa além-fronteiras.

«É provavelmente a melhor Liga do mundo, tem um produto muito forte e é também por isso que é uma das melhores ligas. Sempre quis regressar, sempre soube que era esse o caminho que queria percorrer e também já tinha dito isto antes: o meu foco e objetivo principal é realmente que a jogadora portuguesa também se valorize mais lá fora, incluindo Inglaterra, e que possa abrir portas para muitas mais jogadoras», desejou, por fim.