Treinador no banco com o Boavista e situação será avaliada jogo a jogo. Presidente mantém confiança mas há quem o pressione e já procure alternativas. Margem de erro zero: tropeção com o Boavista pode ditar adeus
A cada derrota — e são quatro em cinco jogos, consecutivas desde o jogo com o Arsenal — a margem de João Pereira fica cada vez mais curta, mas apesar do desaire em Brugge, Frederico Varandas ainda acredita no treinador. O substituto de Ruben Amorim na equipa A do Sporting vai estar no banco de suplentes de Alvalade no jogo com o Boavista, no sábado, mas será avaliado jogo a jogo até final do ano, que termina com dérbi com o Benfica. O técnico continua a ter a confiança do presidente, que o escolheu, mas há quem o pressione e já veja alternativas.
Jogo a jogo, a máxima de Amorim na época do primeiro título pelos leões, 2020/2021, a ser seguida agora para definir o futuro de João Pereira. Escolha de Frederico Varandas, que há quatro anos, ainda o técnico era jogador, lhe apontou futuro como comandante de equipa, continua a merecer a confiança do líder que ainda não o deixa cair apesar das quatro derrotas consecutivas — 1-5 com o Arsenal na Liga dos Campeões; 0-1 com o Santa Clara e 1-2 com o Moreirense no campeonato; 1-2 com o Club Brugge outra vez na Champions.
Por isso na próxima jornada, com os axadrezados – sábado às 20h30 —, João Pereira estará a comandar a equipa leonina, mas sem margem de erro: uma derrota pode deitar tudo a perder, ainda que Varandas esteja plenamente convicto de que os leões vão ser capazes de ultrapassar esta crise — há 12 anos que os verdes e brancos não perdiam quatro jogos consecutivos — e que vão chegar ao último jogo do ano, o dérbi com o rival Benfica, a decidir que passa para 2025 na liderança do campeonato.
E de facto, vitórias com Boavista, Santa Clara (Taça de Portugal) e Gil Vicente vão ser fundamentais para os argumentos de Varandas junto de elementos próximos da estrutura, que o continuam a pressionar, como A BOLA deu conta logo a seguir à derrota de Moreira de Cónegos, para a demissão de João Pereira. E nesse sentido há até quem já equacione um plano B e esteja a ver alternativas que o presidente não quer ainda perspetivar. Porque acredita no treinador sobre quem, na apresentação, vaticinou futuro brilhante: «Não tenho muitas dúvidas de que daqui a quatro/cinco anos estará num dos mais poderosos da Europa.»
DESILUSÃO SEM CONFUSÃO
Se no final do jogo com o Moreirense houve gritos e ânimos exaltados no balneário — perante a insatisfação e revolta demonstrada por alguns jogadores mais influentes, como Diomande e Gyokeres, o capitão Morten Hjulmand teve de intervir, aos gritos atirou palavras duras, tendo mesmo pontapeado um balde —, desta vez em Brugge houve desilusão mas sem confusão. Na manhã de ontem houve também treino ainda na Bélgica e viagem para Portugal ao início da tarde.
Revolta dos jogadores leoninos após o final de mais um desaire com intervenção de Morten Hjulmand após insatisfação mostrada por jogadores como Diomande e Gyokeres
APARATO POLICIAL EM ALVALADE
Já em Lisboa, os leões saíram por Figo Maduro, na zona das chegadas da Portela apenas os jovens que jogaram (1-0) a Youth League. Os leões seguiram então para Alvalade, onde estava algum aparato policial — também o autocarro leonino, do aeroporto para o estádio, foi escoltado —, mas a saída de jogadores, equipa técnica e staff aconteceu sem incidentes, pois na zona da garagem de Alvalade não estavam adeptos.