O Sporting está deprimido
O que conta o momento do leão
João Pereira, réu ou vítima no Sporting? O contexto negativo do clube será mais complexo do que centralizar tudo e apenas no treinador.
Os jogadores não deixaram de ser bons jogadores, pelo menos a maioria, e se a equipa está a jogar mal, de forma desarticulada, a responsabilidade tem, naturalmente, de ser de quem a lidera, mas a falta de confiança que se instalou está longe de confinada no balneário.
Creio que o Sporting, de uma forma geral, da estrutura diretiva ao plantel profissional, não estava mesmo preparado para a saída de Ruben Amorim. O agora treinador do Manchester United era muito mais do que um treinador em Alvalade, era, na realidade, a cola para todo o edifício. Não é à toa que Amorim disse, já em Manchester, que, na opinião dele, um treinador deve controlar tudo no futebol do clube. Não decide tudo, mas deve controlar tudo.
Assim, Amorim, para o Sporting e para João Pereira, que o substituiu, não é somente um fantasma, continua a ser uma realidade. E se o Sporting não estava preparado para perder o treinador, o novo também vai dando sinais de que talvez tenha subido rápido demais e não parece confortável no papel. Não é condição imprescindível, mas a falta de experiência conta quando as coisas apertam e nas últimas semanas têm apertado bastante.
Mais do que um problema de treinador, da mensagem transmitida, ou do rendimento dos jogadores, o Sporting parece todo ele em depressão, a atravessar uma crise de identidade. E a contestação dos adeptos é normal e legítima.