Sporting: imprescindível de Amorim vai renovar contrato
Morita é um dos três leões totalistas no campeonato; só custou €3,45 milhões; tão importante que vai ser aumentado e prolongar o vínculo por mais um ou dois anos
Quando se olha para a carreira do líder do campeonato a maioria destaca Viktor Gyokeres, pela máquina que é e os golos que marca; tem olhado também para Paulinho, que esta época redescobriu o prazer de marcar ou para a consistência de Pedro Gonçalves e as diabruras de Edwards. Mas se olharmos mais atentamente, veremos que além do guarda-redes Adán só há mais dois jogadores que até agora foram imprescindíveis para Rúben Amorim na Liga: o central Gonçalo Inácio e o médio Hidemasa Morita. Discreto, o japonês de 28 anos esteve nos oito jogos, jogou sempre os 90 minutos e por isso é um dos três totalistas, com 720 minutos — Supermorita até já marcou um golo, por sinal o que desbloqueou o jogo com o Arouca, 2-1 para os leões e a liderança na segunda paragem do campeonato para os compromissos das seleções.
Quando, no verão de 2022, a administração leonina o contratou, Morita chegava para ser uma alternativa no meio-campo, provavelmente um bom suplente para Amorim. Pouco mais de um ano depois de ter assinado até junho 2026, o japonês é titular indiscutível, exemplo da fórmula BBB, muito difícil de encontrar: por que bom, bonito e barato não se acha todos os dias.
Morita neste ano e três meses que leva de leão ao peito já provou que é bom e o treinador reconhece-lhe esse valor. Além de totalista no campeonato, Morita esteve nos dois jogos da Liga Europa, jogou os 90’ com a Atalanta (1-2) e os últimos 12’ na Áustria, precisamente na altura em que os leões marcaram o golo da vitória por 2-1, num jogo em que o treinador rodou a equipa. E no último encontro, com o Arouca, além do golo que marcou destaque-se pelos cinco duelos ganhos (perdeu apenas dois), fez três recuperações de posse e três acções defensivas. Um jogador discreto mas que para Amorim é um samurai no meio-campo, a defender e a atacar.
Por isso não admira então que seja um dos 32 totalistas da Liga 2023/2024 (três são do Sporting), numa lista onde há apenas quatro médios e em que a maioria são guarda-redes (13).
As contas
Aproveitando divergências na SAD do Santa Clara, o Sporting avançou para a contratação do internacional japonês ainda durante o inverno de 2022. O negócio foi anunciado só a 1 de julho e por 3,45 milhões de euros. Hoje, segundo avaliação do site especializado Transfermarkt, Morita tem já valor de mercado de 12 milhões de euros, uma valorização de 200 por cento face aos €4 milhões que lhe eram atribuídos em maio de 2022 pelo mesmo site.
Em Alvalade reconhecem-lhe o valor, tanto que a renovação do contrato do japonês vai ser uma realidade a curto prazo. Já há contactos exploratórios e além de uma melhoria salarial — Morita está num patamar intermédio na folha de vencimentos do plantel verde e branco, na ordem dos 400/500 mil euros líquidos anuais, e deverá passar para um patamar mais elevado, na ordem dos 700/800 mil euros por temporada — a duração do vínculo deve também ter um aumento, de um ou dois anos, para 2027 ou 2028. A cláusula de rescisão do camisola 5 está fixada nos 45 milhões de euros, valor que em Alvalade servia de referência para os médios mas que tem sido gradualmente atualizada, pelo que Morita deverá ver essa cláusula subir também para os 60 milhões de euros.