Sporting campeão: festa no Porto na rotunda da Boavista

NACIONAL06.05.202401:22

Onda verde de adeptos leoninos inundou uma das principais artérias da Invicta

«O campeão voltou», gritaram esta noite algumas centenas de adeptos portuenses do Sporting que se juntaram na Rotunda da Boavista, numa celebração cheia de cânticos, bandeiras, buzinas e até fogo de artifício, que prometem prolongar-se pela madrugada.

Mal soou o apito que consumava a derrota benfiquista em Famalicão, na Praça Mouzinho de Albuquerque, popularmente conhecida como Rotunda da Boavista, começavam a ouvir-se buzinões e gritos entusiásticos de adeptos que envergavam os cachecóis pelas janelas das viaturas a entupir a estrada.

Ainda assim, a concentração dos adeptos tardou em surgir, algo facilmente explicado pelo contexto da festa - após um inesperado desaire do Benfica, consumada numa fase já tardia da noite de domingo e com algum frio, apesar de não ter chovido.

 Por volta das 23:00, um maior aglomerado de aficionados entusiásticos, de algumas centenas, juntava-se em frente à Casa da Música, entoando cânticos como o «Só eu sei porque não fico em casa», enquanto bandeiras eram hasteadas e petardos lançados.

«Ninguém acreditava neste equipa depois do quarto lugar da última época. Voltámos a provar de que é feito o leão. O leão está aqui. Fomos a equipa que melhor futebol jogou. É um título inteiramente justo», reiterou à Lusa Pedro Borges, um adepto sportinguista, de 24 anos.

Relativamente às circunstâncias em que o título foi conquistado, após uma derrota de um rival, Joana, uma aficionada vestida de verde e branco da cabeça aos pés, confessou que preferia ver o Sporting ser campeão «depois de uma vitória», mas garantiu que «a festa é sempre bem-vinda».

«Era uma questão de tempo até sermos campeões. Preferia ser campeão para a semana, depois de uma vitória, mas não me queixo. A festa é sempre bem-vinda. Em 2021, foi estranho por causa da covid, agora está um ambiente diferente», lembrou a aficionada de 35 anos, antes de voltar aos cânticos, numa festa que decorre sem incidentes maiores.

Quanto à figura de proa da conquista leonina, o nome de Gyokeres era consensual, ele que monopolizou para si uma boa parte dos cânticos dos sportinguistas - quase cantavam tanto pelo sueco como pelo próprio clube, enquanto uma criança, das poucas mais jovens no local, imitava a celebração do jogador.

O avançado, que chegou esta temporada dos ingleses do Coventry City, leva 27 golos no campeonato, sendo o melhor marcador da competição, e é vontade generalizada dos apoiantes do clube que ele permaneça pelo menos mais uma temporada.

«O Gyökeres é um fenómeno, um Deus. Foi um achado um ponta de lança daqueles e obviamente que ele é principal figura deste título, sem desprezar os outros colegas e o treinador», disse André, de 21 anos.

A continuidade do técnico Rúben Amorim é também muito pedida, com alguns gritos de apoio também alusivos ao treinador, mas o mesmo adepto reconheceu que o seu futuro não deverá passar pelo Sporting.

«Acredito que o Rúben queira outros horizontes, ir para o futebol inglês. Ele deu-nos muito, deu-nos dois campeonatos, depois daqueles anos todos sem ganhar nada. Merece sair se ele assim entender», resignou-se.

Por volta da meia-noite, começou a ser lançado fogo-de-artifício por várias ocasiões, na altura de apogeu da festa, acendendo-se tochas verdes que davam cor à rotunda.

Apesar de já começar a haver alguma desmobilização, os adeptos mais comprometidos com os festejos prometem ficar até altas horas da madrugada, alimentados pela alegria do título que fugia desde 2020/21.