Sporting campeão: Nem a chuva estragou a festa em Leiria
Milhares de adeptos, a pé ou de carro, celebraram efusivamente na cidade do Lis
A chuva ameaçou estragar a festa, mas alguns milhares de pessoas, a pé e de carro, acorreram à Rotunda do Sinaleiro, no centro de Leiria, para celebrar a conquista pelo Sporting do 20.º título nacional de futebol.
Numa região conhecida por ter muitos adeptos dos leões, a cidade demorou a reagir aos golos do Famalicão diante do Benfica, num jogo cujo resultado ajudava às contas do título verde e branco.
A chuva intensa que caiu em Leiria parecia ter arrefecido os ânimos mas, logo após a confirmação da vitória do Famalicão, foguetes verdes - e também vermelhos - foram lançados no centro da cidade, como que dando início aos festejos.
Jordão Paródia, 34 anos, e a esposa foram dos primeiros a chegar à Rotunda do Sinaleiro, onde habitualmente os títulos de futebol são comemorados em Leiria.
«Estamos supercontentes! Já esperávamos isto há algum tempo e o nosso Sporting deu-nos uma grande alegria», disse o sportinguista, frisando que o seu próprio nome remete «para um importante jogador do Sporting», Rui Jordão, que ficou conhecido como Gazela de Benguela.
Indiferente aos pingos da chuva, porque «o ânimo está quente e a festa vai ser fervorosa», o adepto lembrou Gyokeres como «o mais importante» neste título.
«Os dirigentes foram ótimos, a equipa - os 11 e alguns que estão no banco - maravilhosos e o treinador, que dizem que é benfiquista, demonstrou mais uma vez que é sportinguista e com garra. Mas Gyokeres foi o mais importante. Foi uma grande aposta e o resultado ótimo e por isso está a ser muito cobiçado. Tenho esperança que ele fique», concluiu.
Junto à rotunda, onde a cada minuto, e com a chuva a dar tréguas, se juntaram mais e mais adeptos, lançando tochas luminosas e fumos verdes, Mónica Carvalho e Mariana Oliveira gritavam pelo Sporting.
«Sofremos muito mas já foi e isso é o que interessa! E foi à custa do Benfica, o que sabe melhor ainda», confessaram as amigas, de 21 e 20 anos, à agência Lusa.
Para ambas, também o avançado sueco Viktor Gyokeres foi «muito importante» para o título.
«E marcar aqueles dois golos num minuto contra o Porto…!», enalteceram, recordando o empate 2-2 no Estádio do Dragão, entre dragões e leões, na jornada anterior, enquanto prometiam celebrar «até a festa acabar».
Afinal, é a segunda vez que têm oportunidade de comemorar um título do Sporting, depois do título de 2020/21. «Antes disso foram muitos anos [sem ganhar]», riram.
Já Luís Vieira aproveitou a festa como fundo de uma selfie com os três filhos.
Para o epicentro do êxtase leonino em Leiria, levou António, Sebastião e Henrique, de 9, 6 e 3 anos, e em casa ficou Benjamim, de um mês, que «nasceu para ver o Sporting ganhar duas vezes ao Benfica [risos]».
«Hoje foi uma grande festa lá em casa, estávamos ansiosos por este momento. Houve muito sofrimento, mas estávamos confiantes», disse à Lusa o pai.
Para este adepto, Rúben Amorim foi essencial neste título:
«Dá estabilidade ao plantel e faz os jogadores extrapolarem as capacidades que têm. E depois tivemos o fator Gyökeres, que foi muito importante e que deu capacidade de golo à equipa».
Mas Luís Vieira assume estar mentalizado para a saída de ambos. «Vamos ver como o Sporting se reinventa. Mas nos tempos bons, como agora, é para celebrar e depois pensamos nisso».
A festa prosseguiu noite dentro em Leiria, com apitadelas intensas e foguetes um pouco por toda a cidade e em algumas freguesias em volta.