Ucrânia Shakhtar já apresentou queixa na Comissão Europeia contra a FIFA
O Shakhtar Donetsk já apresentou queixa na Comissão Europeia contra a FIFA devido à suspensão em curso dos contratos de trabalho de jogadores e treinadores internacionais, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
«Foram tomadas medidas para apresentar esta queixa à Comissão Europeia, dada a importância e a necessidade do Shakhtar em levar a cabo transações no mercado de transferências com jogadores dentro da União Europeia - e o impacto óbvio que a decisão da FIFA teve sobre as atividades do clube no mercado da União Europeia. Por conseguinte, é inteiramente legítimo e justo apresentar esta queixa, uma vez que as ações da FIFA violam a lei de concorrência da União Europeia», disse o director executivo do Shakhtar, Sergei Palkin.
Muitos jogadores internacionais deixaram o clube em transferências a custo zero, depois da decisão da FIFA, argumentando o Shakhtar que as medidas inapropriadas e de enorme impacto aplicadas pela FIFA acabaram por levar a uma perda de rendimentos com transferências de jogadores e a um decréscimo das receitas essenciais do clube no valor de aproximadamente 40 milhões de euros.
O Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou o recurso do Shakhtar, pelo que o clube está a recorrer a outras instâncias. «Continuaremos a contestar a decisão original, tomada a 20 de Junho de 2022, relativa à suspensão automática dos contratos internacionais. A FIFA estabeleceu que tal duraria até junho deste ano, mas o clube considera que isso é ilegal, além de que existe também um elevado risco de prorrogação até junho de 2024. De qualquer forma, todas as partes continuam à espera dos fundamentos da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto», expressa Sergei Palkin.
E acrescenta: «Como clube, temos experimentado o preconceito e a injustiça inerentes ao sistema jurídico do futebol internacional. A FIFA construiu um sistema onde pode influenciar o resultado das decisões do Tribunal Arbitral do Desporto, pelo que apelamos à união do futebol internacional e à reforma dos procedimentos legais e dos padrões de governação do nosso desporto. O Tribunal Arbitral do Desporto deve ser protegido da influência de todas as partes externas - incluindo a FIFA - e ser capaz de decidir sobre casos de forma independente, com total imparcialidade e justiça. Esperamos que a Comissão Europeia compreenda e aprecie as pressões financeiras extremas que estão a ser colocadas ao nosso clube devido às ações da FIFA - numa altura em que a nossa nação está a ser devastada pela guerra. Mesmo nestes tempos mais trágicos e desesperados, o futebol oferece alívio, e esperamos que, como clube ucraniano, nos seja permitido funcionar adequadamente para trazer alguma alegria aos nossos adeptos, jogadores e às nossas famílias.»