«Rúben Amorim precisa dos mais experientes»

Litos, antigo jogador do Sporting, em declarações exclusivas a A BOLA, diz que não abriria mão de Nuno Santos no onze a apresentar diante do FC Porto

— Nuno Santos está de regresso à competição. Considera que deve ser titular no jogo com o FC Porto?

— Sim, por aquilo que representa o Nuno Santos nesta equipa e o Catamo a voltar a uma posição em que é mais eficaz e a combinar muito bem com o Trincão. Isso não retira nada daquilo que foi positivo do Quenda, que compreende perfeitamente que são jogadores mais fortes em termos físicos, é um jogo diferente, contra um adversário fortíssimo e que o Rúben vai precisar de jogadores mais experientes, mais fortes, mais intensos e, na minha opinião, o Nuno Santos e o Catamo irão fazer as laterais.

— Quenda teve arranque auspicioso, bastante positivo para o seu crescimento, mas não é primeira opção.

— Tive a felicidade de ter tido esta experiência em 84/85, também com 17 anos, e fui entrando aos poucos. O Quenda teve a felicidade, de um momento para o outro, estar a ser titular logo no início de época e acho que isso é uma coisa fantástica, que não vai esquecer, mas vai compreender perfeitamente que está a fazer parte de um plantel em que a qualidade é enorme, este patamar de exigência da qualidade aumentou e agora torna-se mais difícil e ele teve mérito. Tem de compreender que o futuro dele vai passar, nos próximos tempos, pelo Sporting e é um jogador que, mesmo não jogando de início, é sempre chamado depois a entrar, é um jogador que com as características que tem criará grandes problemas aos adversários.

— Considera que o Sporting é favorito no clássico?

— Por aquilo que tem sido a continuidade do treinador sim, ao contrário do adversário, com Vítor Bruno a assumir, também tem essa capacidade, porque fez parte sempre da equipa técnica do Sérgio Conceição, mas é um bocadinho por aquilo que foi as alterações efetuadas, por a ausência de muitos jogadores que estiveram nas seleções e as saídas, foi um bocadinho obrigado não a construir uma equipa completa, mas a ter muita gente nova no seu onze. E isso acho que pode atrasar um bocadinho em relação ao Sporting, que é esta continuidade de quase todo o plantel. É evidente que o FC Porto nos últimos anos não era uma equipa que apresentasse uma qualidade muito grande de jogo, muitas vezes um futebol intencional, mais direto, mas intencional, mas este Sporting, até por aquilo que tem sido introduzido nos últimos tempos, nestas nuances, nestas dinâmicas diferentes, cria aqui alguma dificuldade, como sempre tem acontecido, nas equipas que possam pressionar mais alto. É evidente, reconheço, na Supertaça o FC Porto teve momentos em que pressionou muito e daí eu achar que o Nuno Santos possa voltar. Houve dificuldade no Sporting em construir no corredor direito, o Vítor Bruno preparou muito bem esse jogo. Sempre que a bola chegava ao corredor direito, a Quenda e Quaresma, havia uma pressão muito grande e ganharam muitas vezes aquelas bolas ali, junto à área do Sporting. Mas, acredito muito no Sporting, até porque, quer se queira quer não, o fator casa e o público sportinguista a apoiar a equipa, em grande número, será sempre uma mais-valia.