«Rapazes a idolatrar jogadoras é uma revolução cultural»

Mundial Feminino-2023 «Rapazes a idolatrar jogadoras é uma revolução cultural»

INTERNACIONAL05.08.202300:32

Pouco fã de desporto e nenhuma ambição de negócio a ele ligado, Natalie Portman, atriz norte-americana já vencedora de um Óscar, viu toda esta realidade alterar-se depois de aperceber-se de que o filho, Aleph, de 12 anos, admirava as jogadoras de futebol feminino com um fanatismo mais usual de encontrar no masculino.

«Quando os nossos filhos, rapazes ou raparigas, idolatram jogadoras, tudo muda. É uma revolução cultural», justificou esta sexta-feira, na Ópera de Sydney, na Austrália, a melhor atriz de 2011 para a academia pela interpretação no filme 'Cisne Negro', durante a 'Angel City Equity Summit'.

Conferência à margem do Campeonato do Mundo de futebol feminino que o país organiza com a Nova Zelândia, e do qual está a ser espectadora a atriz nascida há 42 anos em Jerusalém, Israel, mas a residir em Los Angeles com o marido, Benjamin Millpied, bailarino e coreógrafo francês, a filha mais nova, Amalia, de 6 anos, e Aleph.

A influência da tal paixão à modalidade do filho mais velho, igualmente adepto do PSG, o próximo emblema do benfiquista Gonçalo Ramos, impressionou-a de tal forma, que Portman tornou-se, em 2020, cofundadora de um clube de futebol feminino, o Angel City Football Club, a disputar a liga norte-americana de futebol feminino - NWSL, National Women’s Soccer League.

«Jogadoras que são ícones e heroínas foi o que me empolgou. Aperceber-me da liderança delas dentro e fora dos relvados no último Mundial [França 2019], inspirou-me. E também, claro, ver o entusiasmo do meu filho», justificou a atriz que, vencida a surpresa inicial ao projeto, contou com a colaboração de alguns dos maiores nomes do futebol feminino, incluindo as antigas craques norte-americanas Julie Foudy e Mia Hamm, a secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura, e estrelas de Hollywood, como Ryan Reynolds e Rob McElhenney, para pôr em prática a ideia do clube.

Começado a delinear em reuniões virtuais na pandemia, mas com o propósito bem real de alterar radicalmente o panorama do desporto feminino, ao apostar na melhoria das condições de trabalho das jogadoras, incluindo o pós-carreira.

No 10.º lugar do campeonato 2023 da NWSL, de 12 equipas, o Angel City concluiu a temporada de estreia, 2022, na 8.ª posição, com média (recorde na liga feminina americana) de 19.105 espectadores e parte do lucro dos bilhetes a reverterem para as jogadoras. «Mal conseguia andar, tão grande a enchente! Esta paixão foi uma reviravolta invulgar e inesperada na minha vida», confessa Natalie Portman da atmosfera vibrante vivida no BMO Stadium de LA.

Argumentos e cidade perfeitos (ainda) não para um filme, mas já para uma série documental de três episódios, Angel City, em exibição na plataforma HBO, precisamente sobre as origens e a primeira época da equipa na liga americana, inteiramente liderada por mulheres.

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