St. Gilloise-SC Braga, 2-1 Quem disse que se pode dormir numa pista de gelo? (crónica)
SC Braga permite reviravolta ao St. Gilloise num terreno que só atrapalhou os belgas na primeira parte. Arsenalistas, com questões por resolver na defesa, sofreram golos infantis. Ataque também capitulou
À meia-hora, registavam-se duas incursões pela direita para cada lado e um golo para o SC Braga. Nos intervalos desses parcos momentos de maior expetativa, num relvado congelado, que a cada pisão perdia grama e ganhava lama, apresentando inúmeras dificuldades para os jogadores de ambas as equipas, lutava-se muito e jogava-se pouco.
Era muito fácil falhar passes e perder a bola, complicado estabelecer relacionamentos, triangulações, enfim, uma mera jogada com princípio, meio e fim. A bola ganhava velocidade ou altura, desviava-se numa perna esquecida ou num tufo, e levava a mais bocejos do que a entusiasmo nas bancadas do Rei Balduíno, em Bruxelas.
Também a questão tática não resistiu ao relvado, a não ser o facto de a linha de 3 arsenalista ter conseguido anular as iniciativas de Sykes e Niang pela ala direita nesse primeiro tempo, garantindo sempre presença nas zonas de finalização.
O primeiro golo da partida surgiu na primeira (e única) grande oportunidade da primeira parte, aos 16 minutos. El Ouazzani surgiu no flanco para lançar Roger, o jovem ala cruzou para a zona do segundo poste, onde Bruma devolveu para a pequena área. Ouazzani tinha atacado esse espaço e atirou para a baliza de Moris.
O resultado era favorável aos minhotos, que consentiram maior percentagem de posse de bola aos belgas, porém nessa fase com o encontrolo controlado.
Gabri comprometeu duas vezes
Carvalhal deixou Gorby nos vestiários e fez entrar Vítor Carvalho. O meio-campo ganhava poder de choque, mas fora de tempo, porque o médio acabaria expulso, com duplo amarelo, em seis minutos, aos 79, já com 2-1 no marcador.
O St. Gilloise empatou aos 50. Gabri Martínez esqueceu-se de avançar e alinhar com a defesa para armar o fora de jogo, Van de Perre descobriu Sadiki, que colocou em Niang para o cruzamento. O passe saiu atrasado e Ivanovic não perdoou.
O golo fez disparar a velocidade em cima de um tapete cada vez pior e que expunha cada jogador nas decisões. Cresceu a emoção, a partida vestiu-se de ataques e contra-ataques. Aos 61 minutos, o SC Braga desperdiçou o segundo golo. Gabri conduziu pela esquerda, respeitou a diagonal inside out de El Ouazzani, com o marroquino a devolver a bola ao espanhol para uma finalização apenas com o guarda-redes pela frente. Moris defendeu sem fazer muito por isso.
Quem defende assim...
Nas costas de Niakhaté estava o ouro e também Ivanovic, o melhor dos garimpeiros do emblema belga. Envolvidos pela esquerda, os arsenalistas permitiram que um toque artístico do suplente Kevin Rodríguez isolasse o jovem croata para o 2-1, aos 74. Tão fácil!
Quatro minutos depois, Vítor Carvalho foi então expulso. Tal como Machida, pouco depois. Ivanovic ainda ameaçou o hat trick e Bambu ainda apontou ao empate, mas o score estava feito.