Os destaques do FC Porto: Pepe voltou a ser o mau Pepe, Galeno voltou a ser o bom Galeno
Internacional português sentiu imensas dificuldades perante o poderoso Gyokeres, teve azar no ressalto do golo do sueco e, à entrada da 2.ª parte, agrediu Matheus Reis; o candidato a internacional foi defesa, médio e avançado
O melhor do FC Porto: Galeno (7)
A dúvida mantém-se minutos após o final do jogo: Galeno foi avançado, médio ou defesa? O luso-brasileiro fez de tudo um pouco e, por via desse rendimento, a pergunta justifica-se. Começou por ser o dragão destemido que, na ala esquerda, ia para cima dos defesas leoninos; mais tarde foi o defesa que impediu, na área azul, que Edwards criasse ainda mais perigo; depois o avançado que quase fez o 1-1; já na segunda parte, voltou a ser bom defesa ao atrapalhar Gyokeres em jogada de potencial 3-0; logo a seguir foi médio ao lançar Taremi no posterior golo anulado ao FC Porto. Os portistas queixam-se de que Galeno nem sempre é Galeno, mas em Alvalade Galeno foi o grande Galeno.
6 Diogo Costa — O remate de Gyokeres foi poderosíssimo, mas já vimos Diogo Costa defender bolas daquelas. Evitou com a ponta dos dedos que Edwards marcasse e, pelo meio do jogo, destacou-se com os pés.
6 João Mário — Entrou em campo como se não houvesse amanhã, entrando por dentro e por fora, com diversos cruzamentos. Perdeu fulgor com o golo de Gyokeres e só raramente voltou a pensar que não haveria amanhã.
5 Zé Pedro — Talvez demasiado adiantado no lance que originou o golo de Gyokeres, obrigando Pepe a uma espécie de dobra. Sentiu dificuldades bem maiores quando o capitão foi expulso e ainda maiores quando Edwards, endiabrado, lhe aparecia pelo meio.
1 Pepe — Há noites em que até Pepe não devia sair de casa. Começou por dar-se mal com o poder físico de Gyokeres, como no lance do golo do sueco, embora tivesse azar no ressalto. Viu o cartão amarelo por falta sobre o 9 do Sporting em nova demonstração de dar-se mal com a força leão nórdico, teve passes disparatados e, por fim, a abrir o segundo tempo, voltou a ser o mau Pepe. O Pepe que agride, o Pepe que acha que o jogo devia acabar quando os árbitros assinalam algo com que ele não concorda. Viu o cartão vermelho (e bem) por ter agredido Matheus Reis. Quando se elogia Pepe por, aos quase 41 anos, continuar a jogar como joga, devemos igualmente criticá-lo por, aos quase 41 anos, ter atitudes apenas entendíveis a um miúdo de 18 anos.
5 Zaidu — Correu muito, sim senhor, mas nem sempre bem. Sentiu dificuldades para impedir as entrada de Marcus Edwards e/ou GenyCatamo. Tentou explorar um dos seus pontos fortes — os raides seguidos de cruzamentos letais—, mas nada lhe saiu bem. Passou a central após a expulsão de Pepe e, como é natural, passou por momentos ainda de maior desânimo.
6 Pepê — Andou longe de ser o grande Pepê, o Pepê que é pedra fulcral no FC Porto, o Pepê que aspira a ser pedra importante na seleção do Brasil, o Pepê que encanta os adeptos portistas. Só a meio da segunda parte, quando teve espaço para progredir pelo meio, conseguiu lance de perigo, ao desmarcar Evanilson para remate deste para defesa apertada e segura de Adán. É difícil um diamante brilhar quando os outros (poucos) diamantes não brilham.
6 Alan Varela — Uribe foi-se e ainda não foi esquecido. Nico González não é Uribe, Grujic não é Uribe, Eustáquio não é Uribe e, finalmente, Alan Varela não é Uribe. O argentino pareceu sempre muito desprotegido na posição 6, porque Morita e Hjulmand estavam poderosos, mas também porque Eustáquio foi mais 8 do que propriamente 6 ou 6,5. Recuou para (quase) central após a expulsão de Pepe, recuando para o meio de Zé Pedro e Zaidu (mais tarde Fábio Cardoso), período em que, mesmo assim, passou quase incólume a possíveis desatenções.
6 Eustáquio — Claramente o médio de maior rotação do FC Porto. Recuou algumas vezes para ter bola e começar a organizar o jogo ofensivo, mas esteve também muito tempo a jogar bem à frente de Alan Varela. Batido por Catamo no início da jogada do 2-0, não se deixou abater, embora raramente tenha sido o Eustáquio que tem sido no FC Porto.
3 Taremi — Parece um peixinho fora de água, espécie de dragão sem fogo. Tem estado a anos-luz do grande Taremi, mas não se previa que estivesse em Alvalade ainda a mais anos-luz. Trapalhão, sem fulgor, velocidade ou argúcia. Um anti-Taremi.
4Evanilson — Demorou 65 minutos a provar que, ao contrário do que se via, estava mesmo em campo. E quando pudemos reparar nele, fugindo após passe de Pepê, rematou fraco e quase à figura de Adán.
5 Fábio Cardoso — Começou mal como central à esquerda, mas acabou razoavelmente, embora mandando bolas para a bancada.
3 Francisco Conceição — Tentar, até tentou, mas nada lhe saiu bem.
3 Fran Navarro — Mal a desviar de cabeça, bem a colocar o pé à frente de Bragança, obrigando este a fazer falta involuntária.
3 André Franco — Nada de especial a assinalar nos poucos minutos que esteve em campo.