Moreirense-Benfica, 1-1 Os destaques da águia: Renato ganhou o direito à liberdade
Entrada do médio português trouxe mais agilidade e alguma alegria ao jogo; Pavlidis demasiado 'preso', Marcos Leonardo não tremeu na hora da verdade
A figura: Renato Sanches (nota 7)
Entrou ao intervalo para o lugar de Florentino e a equipa melhorou. O médio assumiu o jogo e conseguiu preencher uma lacuna que é por demais evidente com a dupla Florentino-Barreiro: a incapacidade de construir de trás, queimando as primeiras linhas de pressão do adversário. Renato deu esses passos para a liberdade e o melhor período das águias na partida coincidiu com aquele quarto de hora inicial do segundo tempo em que a energia do jogador emprestado pelo PSG pareceu contagiar positivamente os colegas. Não foi o suficiente para o Benfica vencer, mas Renato ganhou pelo menos o direito a ter mais tempo.
Trubin (6) - Uma saída aos pés de Madson (3') revelou agilidade e concentração nos limites, aos 9' foi obrigado a ir ao chão para parar remate com algum perigo do brasileiro. O grande teste ocorreu quase uma hora depois (62') na intervenção apertada ao segundo poste, respondendo da melhor forma ao cabeceamento de cima para baixo de Maracás, mas foi traído pelo desvio de António Silva no golo do Moreirense.
Bah (6) - Exibição esforçada e relativamente bem conseguida, tendo marcado alguns pontos na pressão ofensiva, porque ganhou muitas bolas que podiam e deviam ter terminado com outro desfecho.
António Silva (5) - Uma das surpresas da noite, aparecendo no onze no lugar de Tomás Araújo, que até aí fora o dono do lugar. Um par de maus passes na fase inicial do encontro revelou um natural nervosismo, mas estabilizou a partir daí e partiu para exibição segura. Fica marcado, no entanto, pelo desvio infeliz que traiu Trubin no golo do Moreirense.
Otamedi (6) - Um dos melhores da equipa. Deu o exemplo em muitos momentos do jogo, subindo linhas em condução para levar toda a equipa com ele. Procurou a baliza em vários momentos de bola parada e não merecia o passe displicente de Carreras após um corte no limite, segundos antes, que impedira o Moreirense de entrar na área com perigo.
Carreras (4) - Continua a somar muitas más decisões que não compensam o sentido construtivo que se percebe em todos os passos que dá. O problema do espanhol é que muitas vezes não executa como pensa e daí surgem muitos cruzamentos desmedidos ou passes sem a direção certa. Um mau passe para trás, pressionado por um adversário, originou o golo dos cónegos.
Leandro Barreiro (5) - Uma primeira parte com algum protagonismo nas transições defensivas e uma quase ausência de ações a partir da entrada de Renato Sanches. O português fixou-se como médio mais defensivo, mas o internacional luxemburguês pouca chegada teve à área. A exceção foi o lance em que conquistou o penálti que ajudou a evitar nova derrota no Minho.
Florentino (4) - Algumas dificuldades nos momentos de construção sob pressão. O Moreirense tinha a lição bem estudada, porque era sobre ele que os jogadores adversários mais caíam, com algum sucesso, refira-se. Viu um amarelo após um passe falhado de Di María.
Di María (5) - Tentou empurrar o Moreirense para trás no primeiro quarto de hora, com a sua habitual capacidade de improviso, mas faltou sempre melhor calibre na definição. O golo anulado ao Moreirense resultou de um mau passe que já provocara, minutos antes, um amarelo a Florentino. Esteve envolvido, no entanto, na melhor jogada do Benfica, concluída com o remate defendido de Pavlidis.
Kokçu (4) - Um remate sem preparação aos 2' que levou algum perigo à baliza do Moreirense prometia arrojo e dentes à vista, mas o turco foi-se apagando. Iniciou o jogo atrás do ponta de lança, mas ainda na primeira parte foi desviado para a esquerda, onde perdeu protagonismo e capacidade de combinar com Carreras, Prestianni ou mesmo Pavlidis.
Prestianni (5) - Um remate em arco aos 45', fora da área, representou mais a incapacidade de o Benfica construir de forma associativa do que a capacidade de o argentino surpreender. Ao contrário de outros jogos, Prestianni não esteve ao seu nível, embora tenha ficado na memória a tabela que permitiu a Pavlidis aparecer na área para finalizar.
Pavlidis (5) - Demasiado preso de movimentos e bem travado pelos centrais do Moreirense. A primeira intervenção digna desse registo ocorreu aos 48' quando descaiu para a direita e tentou o cruzamento para o coração da área. Aos 53' teve a melhor oportunidade da equipa, mas o remate foi bem defendido pelo guardião dos cónegos. Na verdade, a única oportunidade de que o grego dispôs. Benefício da dúvida, porém: por culpa própria ou por falta de dinamismo coletivo?
Marcos Leonardo (5) - Os pés estavam em Moreira de Cónegos, mas é normal que parte da cabeça estivesse ainda à roda com a proposta tentadora das Arábias. Um remate torto, de longe, mostrou intenção, mas foi a ele que recaiu a responsabilidade de bater o penálti. Na hora da verdade não tremeu.
Arthur Cabral (4) - Não teve qualquer hipótese de fazer a diferença. O jogo passou-lhe sempre ao lado mas não parece que apenas por sua responsabilidade.
Rollheiser (5) - Entrou com vontade de agitar e de certa forma assim o fez, partindo da direita, assumindo o papel de Di María, para conduzir o resto da equipa.
João Rego (-) - Sem tempo ou espaço para assumir uma candidatura a mais minutos.