Manchester City «Oportunidade de carimbar o momento na história»
O médio português Bernardo Silva admitiu esta terça-feira, em entrevista à TNT Sports Brasil, que a final da Liga dos Campeões, sábado, com o Inter de Milão «é possivelmente o maior jogo da carreira» e vincou a vontade de emendar a derrota sofrida pelos ‘citizens’, ainda à procura do primeiro título de reis do futebol do continente, no jogo decisivo da prova em 2021, ante o Chelsea, no Estádio do Dragão 80-1)
«Da experiência que tenho em finais, o melhor é preparar este jogo como só mais um jogo, da mesma forma que todos os outros, mesmo sabendo que este é um jogo muito importante. Mas se dissesse que era um jogo igual a todos os outros, estaria a mentir. É um jogo que tem um peso emocional e uma pressão completamente diferente dos outros encontros», afirmou esta terça-feira o internacional português dos ‘citizens’ (tal como Rúben Dias), a propósito do jogo de sábado, dia 10 do corrente mês, em Istambul (Turquia), diante do Inter de Milão (Itália), para encontrar o próximo campeão europeu.
«Ainda por cima no contexto que é: se ganharmos, fazemos o ‘triplete’, que só foi conseguido uma vez em Inglaterra! Agora a preparação do jogo, o treino e a análise do adversário, isso terá de ser feito como um qualquer jogo normal. Nós entramos sempre para ganhar, e com o mesmo espírito», foi o aviso de Bernardo, que depois de se sagrar tricampeão inglês e da vitória na FA Cup (Taça de Inglaterra), aspiram a conquistar a Champions, uma tripla conquista na mesma época que só o Man. United fez em 1999.
«Sabemos da responsabilidade que é um jogo destes e que, do outro lado, estará uma equipa [Inter] cujos jogadores vão dar a vida para ganhar essa final, também, mas temos de tentarmos estar o mais tranquilos possível e encarar este jogo com alguma normalidade. Porque se entrarmos muito tensos… é tentar estarmos não diria completamente calmos, mas tentarmos aproximar-nos o máximo dessa zona. Nem muito nervosos, nem muito calmos. Se calhar, o melhor é ficarmos ali pelo meio dos dois estados», considerou o jogador português, na antevisão do duelo.
«Saber que é um jogo de responsabilidade, mas ao mesmo tempo meter intensidade e meter energia no jogo, para, nos momentos difíceis, e uma final tem sempre momentos difíceis, saber responder da melhor maneira», é a receita de Bernardo Silva.
«Pep [Guardiola] é um treinador que gosta muito que os jogadores respeitem a sua posição dentro de campo. Mas dá liberdade. Sabemos onde cada um está. Na nossa construção de bola, no primeiro terço, dá pouca liberdade para essa magia. Mas quando se chega à parte final, lá está, sempre trabalhou com jogadores que fazem a diferença. E é isso que nos pede. Para metermos o nosso talento para resolver os jogos. Sem isso, não é possível marcar golos nem atacar equipas que defendam, que sejam muito organizadas defensivamente», revelou o multifacetado internacional luso.
«Pep [Guardiola] quer processos mais simples junto da nossa baliza, e lá à frente, se calhar já entra melhor um drible, a finta, a magia, a criatividade dos jogadores para resolver jogos», acrescentou Bernardo Silva.
«Trabalho incompleto do Man. City se não conquistar a Champions? Visto de fora, percebo um bocado que pensem assim, mas é um bocado injusto para as equipas que, por um momento de um jogo, uma bola que bate no poste e vai para fora ou entra, ganham ou perdem. Acaba por definir a história de um clube, ou a história de uma equipa. Daí em diante, as pessoas poderão dizer que é uma das melhores equipas de sempre… ou já não o será. Mas é preciso essa sorte, é preciso esse momento», admitiu Bernardo Silva.
«Vamos à procura disso: perdemos a final há dois anos [0-1 ante o Chelsea, no Estádio do Dragão, no Porto] mas estamos aqui outra vez, para termos esta nova oportunidade de carimbarmos esse momento na história», foi a determinação enfatizada pelo jogador formado no Benfica e que antes dos ‘citizens’ se destacou, também, no Mónaco.
«Possivelmente, é o maior jogo da minha carreira, sim. Se estou tranquilo? Sei da responsabilidade que é um jogo destes. Já estive numa final que a perdi e sei o que tenho de fazer para não a perder desta vez. Queremos dar a melhor resposta dentro de campo, porque depois há uma série de coisas que não podemos controlar. Como, de antemão, saber como se vai controlar o adversário. Se um jogador rematar de meio-campo e fizer golo, isso não podemos controlar. Mas se pudermos controlar o jogo, as nossas probabilidades de ganhar a final vão ser muito grandes», foi a fria análise que deixou.
«Superstição? Não tenho uma em particular. O Ederson [guarda-redes, também ex-Benfica] usa as mesmas cuecas a temporada inteira? [gargalhada]. Eu não! Gosto das minhas rotinas: como sempre a minha ‘pasta’, tenho sempre o meu sumo e a minha água, as minhas gomas de energia quando chego ao balneário, isso sim. Essa do Ederson… não dá [gargalhada]», concluiu um animado Bernardo Silva.
Veja a entrevista, no 'tweet' em anexo: