Operação Pretoriano: testemunhas pedem para ser ouvidas sem a presença dos arguidos
Julgamento da Operação Pretoriano (foto Lusa/Fernando Veludo)

Operação Pretoriano: testemunhas pedem para ser ouvidas sem a presença dos arguidos

NACIONAL01.04.202511:11

Julgamento continua esta terça-feira no Tribunal São João Novo, no Porto

Prossegue esta terça-feira o julgamento no âmbito da Operação Pretoriano, estando a decorrer esta manhã a sexta sessão, no Tribunal São João Novo, no Porto.

Operação Pretoriano: Villas-Boas não vê necessidade de voltar ao tribunal

28 março 2025, 16:02

Operação Pretoriano: Villas-Boas não vê necessidade de voltar ao tribunal

Advogadas do líder portista não se opõem que o dirigente seja de novo ouvido pela juíza, mas sublinham que isso «não terá qualquer utilidade»; em causa, um vídeo em que é acusado pela defesa de Fernando Saul de ter supostamente incentivado apoiantes a ceder cartões de sócio nas eleições do clube, em abril

A primeira testemunha a prestar depoimento fala por videoconferência, mas surgiu na hora o pedido para que a sua imagem fosse ocultada do tribunal, para que os arguidos não a reconhecessem.

Também a segunda testemunha solicitou que os arguidos saíssem da sala para falar, com medo de possíveis represálias. A juíza Ana Dias frisou que o tribunal deve criar condições para que as testemunhas possam depor livremente.

As defesas dos arguidos Fernando Saul, Vítor Aleixo, José Dias e do casal Madureira (Fernando e Sandra) opuseram-se ao pedido, mas a magistrada acedeu ao mesmo e estes saíram temporariamente da sala.

A primeira testemunha é uma pessoa que tratou da credenciação dos associados durante a Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023 e já está a ser ouvida, por vídeoconferência. «As hospedeiras colocavam as pulseiras para entrar na sala, mal fossem todos acreditados. Tínhamos uma caixa de pulseiras debaixo da nossa mesa, atrás de nós e ao lado. Quem ia buscar as pulseiras? Eram as hospedeiras que iam buscar», começou por referir.

«Mal a acreditação arrancou, começaram a entrar muitas pessoas para o lugar, não era expectável. Tínhamos que ver os requisitos para as pessoas entrarem, houve muita pressão. Houve problemas, porque os sócios não voltavam a sair, muitas pessoas ficavam ali naquele espaço», completou, antes de revelar que reconheceu vários elementos da claque Super Dragões: «Sim, pela indumentária. Quem reconheci? Fernando Madureira, Sandra e o sr. Aleixo, o pai e o filho. Hugo Polaco? Não me recordo. A Sr.ª Sandra Madureira fez a acreditação, nesse momento estava irritada com o facto de estarmos a pedir tanta regra, disse mesmo isso. Fernando Madureira também se manifestou, disse o mesmo.»

A testemunha admitiu em tribunal o roubo de uma caixa de pulseiras: «Apercebi-me que a hospedeira informou que tinham tirado a caixa das pulseiras. Quem levou a caixa? Não me apercebi. Se foram retiradas pulseiras? Não sei.»

Mais tarde, a segunda testemunha do dia confessou que se sentiu «ameaçada» e lembrou a passividade dos seguranças: «Quando fui fumar com os meus dois amigos, observámos uma pessoa a distribuir pulseiras a pessoas que, de certeza, não estavam credenciadas. Ou não precisariam. Só vi uma pessoa a entrar, mas até tinha mais pulseiras na mão. O segurança assistiu a isto e deixou entrar.»

A mesma testemunha foi questionada sobre as ações dos órgãos sociais do FC Porto na AG. «Ninguém fez nada na altura. Havia pessoas a pedirem para chamarem a polícia. Todos estiveram sentados sem fazer nada a não ser apelar à calma. Havia adeptos a ir à mesa pedir para chamarem a polícia e não faziam nada», afirmou.

O facto de a testemunha ser um associado chamado Peter Begonha Jansson, primo de João Begonha Borges, elemento da direção atual do clube, foi trazido para o julgamento por um dos advogados dos arguidos. «O meu propósito foi apenas votar na mudança. O João é mais meu amigo do que primo, não comunico com ele de futebol, nunca peço bilhetes, etc. O permitir a votação nas casas do FC Porto sem restrições, com o grau de controlo perto do processo eletivo, ia ser próximo de zero. Vendo as pessoas ali à volta... senti que era motivo o suficiente. Sou economista, lido bastante com números, se lesse os relatórios de contas do FC Porto, percebia que as contas do FC Porto eram uma miséria», frisou.

O sócio vincou ainda que se sentia um clima de intimidação na AG: «O que se via nas bancadas era, sempre que alguém tirava o telemóvel, havia a movimentação física, dirigiam-se a essa zona e tentavam intimidar. Não sei se diziam algo, estava longe. Mas era intimidatória, isso não tenho dúvidas. Havia pessoas nas bancadas a controlar a movimentação. Orquestração? Não percebi quem era, se havia alguém, vi era grupos a ir em direção aos que estavam a filmar.»

Notícia atualizada às 14h59

Sugestão de vídeo:

André Villas-Boas à saída do Tribunal São João Novo, no Porto, após ter sido ouvido no âmbito da Operação Pretoriano
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