Neymar assume 10 de Pelé e chora no regresso ao Santos: «Sinto-me com 17 anos...»

INTERNACIONAL01.02.202509:40

Avançado, que rescindiu com o Al Hilal, de Jorge Jesus, para voltar a casa, assume que regressar à seleção brasileira é objetivo e aponta à conquista do Mundial. Internacional brasileiro falou sobre Pedro Caixinha

«O Príncipe está de volta». Neymar está oficialmente de regresso ao Santos. O avançado, de 32 anos, assumiu a camisola 10 de Pelé e foi recebido com festa na Vila Belmiro. O clube, orientado pelo português Pedro Caixinha, promoveu um evento no estádio, que contou com a presença de adeptos e músicos que são adeptos do emblema brasileiro. 

O internacional brasileiro, que rescindiu com o Al Hilal, de Jorge Jesus, para voltar a casa, entrou acompanhado por ídolos do peixe e emocionou-se ao pisar o relvado da Vila Belmiro. O atacante deve integrar os treinos nos próximos dias, mas ainda não tem data para a estreia. Neymar vai marcar presença na Vila Belmiro este sábado para assistir ao jogo do Santos com o São Paulo, para a sexta jornada do Paulista. 

«É um dia muito especial para mim, estou muito feliz. Falei ali dentro que quando era um menino pisei na Vila com essa faixa [100% Jesus] e não poderia deixar de voltar assim. Estou muito feliz, vivemos muitos momentos lindos aqui. Se depender de mim, do amor e carinho que tenho por este clube, não vai faltar força, garra, determinação, fé e, obviamente, muita ousadia», começou por dizer. 

Dono da camisola 11 na primeira passagem pelo Santos, Neymar assume agora o 10, número histórico e imortalizado por Pelé, que não foi utilizado durante a disputa da Série B do Brasileirão, em 2024. 

«Como falei, é um dia muito especial para mim. Estão aqui os meus filhos, a minha mulher, a minha mãe, o meu pai, os meus melhores amigos e os adeptos mais maravilhosos deste mundo. Este dia ficará guardado para toda a minha vida. Obrigado por cada um que está a fazer parte deste momento, por quem está acompanhando de longe, que torcem pela minha felicidade e que a partir de agora vão torcer pelo Santos também», afirmou o futebolista. 

Em conferência de imprensa, Neymar também foi às lágrimas, admitindo que há um mês não pensava na possibilidade de deixar o Al Hilal

«Eu tenho algumas decisões que fogem da lógica do futebol. E algumas são impactantes. Quando tive a certeza de voltar, confesso que em janeiro, começo de janeiro, não imaginava voltar para o Santos, nem sair do Al Hilal. A minha família estava feliz e eu cheio de vontade de jogar. Mas as coisas aconteceram e tive de tomar uma decisão. Comecei a entristecer nos treinos, no dia a dia, e não estava a ser bom para a minha cabeça. Surgiu a oportunidade de voltar e não pensei duas vezes. Já tinha comunicado ao meu pai que queria voltar ao Santos e deu tudo certo. Estão todos contentes, eu e a minha família, os meus amigos nem se fala. Estou de volta, com energia renovada», atirou, assumindo que o regresso à seleção do Brasil é um objetivo. 

«Ao pisar aqui, sinto-me com 17 anos de novo. Muito empolgado, com muita vontade de jogar. Obviamente que quero voltar à seleção. Tenho algo a conquistar ainda [Mundial], uma missão que acho que é a minha última, então vou atrás dela de qualquer jeito. Tenho metas», apontou, refletindo sobre o regresso ao peixe. 

«O meu pai fez praticamente tudo. Marcelo Teixeira [presidente do Santos] sabe disso e tem os seus méritos. O meu pai foi fundamental nessa negociação. É o clube de coração dele, clube da minha família, a minha avó estava aqui e abracei-a, não achava que poderia viver isso. Foi muita felicidade. Foi um abraço de dizer que conseguimos. Fui vitorioso nessa vida. Estou há muito tempo longe dos relvados, tive dois jogos no Al Hilal depois da minha lesão. Jogo em qualquer lugar. Aperfeiçoei-me mais à posição de 10 ao longo dos anos, desde o PSG que jogo nesta posição. Vai depender do treinador, sendo na ala, sendo 9, de médio, do jeito que quiser. Estou aqui para ajudar, foi o que falei com os meus companheiros que encontrei. Venho para somar de uma forma grande. Sei o que sou e do meu potencial. Quero ajudar. Estou com vontade de ganhar, com sede de vitórias e é isso que penso», detalhou, revelando que, se pudesse, já jogaria pelo Santos com o São Paulo.

«Não dá tempo para jogar. Falei para me inscreverem rápido. Trinta minutinhos eu garantia (risos). Fisicamente estou bem melhor. Não estou a 100 por cento ainda. Preciso de minutos, de jogos, e não é só com treino que vou estar bem fisicamente. Isso vou ganhar com o tempo. Estou muito melhor do que estava quando voltei a jogar. Estava a sentir-me bem nos treinos no Al Hilal. Só não jogo [com o São Paulo] pois não estou inscrito», referiu. 

Neymar falou sobre Pedro Caixinha: «Ouvi que é um treinador competente, que gosta de jogar para a frente, agressivo, então isso é o ADN do Santos, sabemos disso. Falta encaixar, tempo, não é num mês que vai colocar o Santos a voar. Isso requer treino, erros, ajustar da melhor maneira. Todo o mundo sente quando a equipa não está bem. Espero ajudar com palavras, a mostrar coisas nos treinos. Sei quem sou e o meu papel. Vim para ajudar e ser mais um que estará a correr e a dar a vida para o Santos estar no topo da tabela, onde merece», atirou, falando sobre o contrato curto – seis meses –, com o peixe.  

«É muito cedo para falar de prolongar o vínculo. O Santos deu-me a oportunidade de poder voltar. Obviamente que abri mão de muita coisa para estar aqui. Foi um casamento perfeito. Momento imaginado por todas as partes e aconteceu. Fazer um contrato de seis meses que obviamente pode ser prolongado, não sabemos o dia de amanhã, pois há duas semanas nem imaginava estar aqui. É um contrato de seis meses que pode ser prolongado. Cabe-me a mim dedicar-me a 100%, não adianta voltar aqui com nome. Voltei para jogar e ser feliz, fazer golos e ajudar o Santos. Abriram-me a porta e estou feliz, espero ajudar», explicou. 

Neymar comentou ainda se indicou jogadores para o Santos contratar: «O telefone do Neymar pai está a trabalhar muito. O meu está off. Obviamente quando me perguntam de algum jogador, dou a minha opinião. Não me vou meter nisso. Isso cabe ao nosso presidente, ao nosso treinador e ao nosso CEO. Tenho a certeza de que vão montar a equipa da melhor maneira possível. Não enfrento o melhor momento da vida do Santos, da equipa, mas todos eles sabem que têm de melhorar, têm de honrar a camisola. Isso é o que vamos fazer.»