Itália «Não nos dão o crédito e respeito merecidos»
Roda com os jogadores, como Sérgio Conceição faz habitualmente no FC Porto, ir agradecer junto dos adeptos: José Mourinho ficou particularmente feliz pela vitória da Roma, na noite deste domingo, por 1-0 sobre o Hellas Verona, em encontro da 23.ª jornada da Serie A disputado no Estádio Olímpico da capital italiana, e cuja vitória e pontos permitem à sua equipa trepar na tabela e igualar o AC Milan no terceiro lugar da tabela, ambas com 44 pontos.
Mesmo com novo jogo crucial no Olímpico para a Liga Europa, na quinta-feira, dia 23, relativo à segunda mão do ‘play off’ de acesso aos oitavos de final, após a derrota (0-1) no primeiro jogo, diante do RB Salzburgo (Áustria).
«Nesta noite, devo cumprimentar e felicitar todos os que jogaram. Todos ganharam, esta noite. Com exceção de Dybala, Darboe e Abraham, todos estiveram presentes. Os rapazes demonstraram um fantástico espírito de equipa esta noite», afirmou José Mourinho, no final do encontro, em declarações ao canal DAZN.
«Todos jogaram muito bem, dado o tipo de jogo que o Verona joga. Foi uma vitória muito merecida, os rapazes sacrificaram-se: e olhem que cinco ou seis tinham jogado na Áustria na quinta-feira. Sem falar que o Karsdorp não jogava há meses e que o Spinazzola vem de uma lesão, ou que o Bove ainda só tinha feito meia dúzia de jogos e que o Belotti há algum tempo que não tinha oportunidade assim», realçou José Mourinho, rendido à aplicação dos seus para chegar a uma posição ‘top 4’… e de Champions, aproveitando a ‘escorregadela’ caseira da Atalanta, também neste dia, diante do Lecce (1-2).
Quanto ao autor do golo, o norueguês Ola Solbakken, de 24 anos (ex-Bodo Glimt, reforço de janeiro), ‘Mou’ pediu tempo. «Solbaken está a aprender e fisicamente ainda não tem a velocidade requerida. Mas também El Shaarawy está a jogar no limite das suas forças. Não nos dão, nem à equipa, o crédito e o respeito que merecemos», acusou o técnico luso.
«Belotti fez um grande jogo e merecia ter marcado. Como disse e repito, não dão a esta equipa o respeito e o crédito que ela merece. Por isso estou grato aos rapazes, pelo que conseguiram esta noite», repisou José Mourinho, que contou com Rui Patrício a titular entre os postes os 90’, como já é habitual.
Nem os adeptos escaparam ao radar e análise de Mourinho. «Um estádio esgotado é ótimo… mas nem sempre. O ambiente foi fantástico e deu-nos um grande empurrão para a vitória quando defrontámos o Bodo [Glimt, equipa da Noruega] na pretérita temporada [Liga Conferência]. Mas agora, continuo a escutar vaias e assobiadelas cada vez que um dos nossos faz um passe errado. As pessoas parecem não compreender que já não temos um Cafú ou um Maicon [ex-jogadores do clube] a correr pelas alas. Se fosse adepto deste clube e equipa, levava Bove ao colo: é mais fã e sofre mais pela Roma do que qualquer um deles», foi o elogio deixado ao jogador.
«Quando cá cheguei [verão de 2021], Bove estava prestes a ser cedido a um clube da Serie C [terceira divisão italiana] e hoje é titular da Roma! O que não tem ajudado são as constantes críticas que, sem pausas, esta equipa não cessa de receber! Quando ganha, foi porque tivemos sorte ou apanhámos o adversário distraído. Todas as outras equipas são fantásticas, aqui é que nada de bom existe?! Por mim, dispenso elogios, mas os jogadores agradecem-nos e precisam deles. Falo como treinador, pois tenho de proteger e defender os meus rapazes», foi a crítica deixada por ‘Mou’… à crítica.
Em nota de rodapé, manifestou tristeza e apreensão pela lesão (olho esquerdo) de Abraham, que saiu lesionado aos 15’ (rendido por Belotti) - «foi ao hospital, está lá a ser observado, desconheço a gravidade» - e justificou a razão de ter deixado o habitual capitão de equipa, Lorenzo Pellegrini, no banco de suplentes: «Alguém sabe o sacrifício que Lorenzo [Pellegrini] tem feito para jogar? Não».