Mundial Feminino-2023 «Mudar a mentalidade de clube só para homens»
Sarina Wiegman, seleccionadora da Inglaterra, é agora a única treinadora mulher em prova no Campeonato do Mundo de futebol feminino da Austrália/Nova Zelândia, eliminadas que ficaram, nos oitavos de final, as seleções da Suíça, treinada por Inka Grings, da Noruega, de Hege Riise, e, este domingo, a África do Sul, de Desiree Ellis.
Para Wiegman porém, nascida há 53 anos em Haia, Países Baixos, isso nada a orgulha.
«Sobrar como única selecionadora não representa nenhuma vitória. Porque começámos o campeonato com 20 treinadores masculinos e 12 femininos. O que esperamos é maior equilíbrio no futuro. Em Inglaterra, como noutros países, estamos todas e todos a trabalhar por mais oportunidades para as jogadoras e, com alguna sorte, também treinadoras. Adoraria ver mais selecionadoras neste torneio», lamentou a neerlandesa na antevisão ao jogo Inglaterra-Nigéria desta segunda-feira (8.30 h), em Brisbane.
Desejo partilhado pelo selecionador da equipa africana, Randy Waldrum, norte-americano. «O desporto precisa de mais mulheres treinadoras. Tivemos o mesmo problema nos Estados Unidos. Apesar do esforço para ter treinadoras nas seleções femininas, ainda há muitos homens», conta o técnico de 66 anos que, antes de orientar a Nigéria, foi treinador de futebol feminino na Universidade de Pittsburgh Panthers, na Pensilvânia.
«Não é que os homens não devam ser selecionadores, mas precisamos de maior investimento em jogadoras e treinadoras. Percebemos o esforço para que existam mais mulheres, mas também passa muito por mudar mentalidades de ‘clube só para homens’. Temos de fazer mais pelas mulheres», apelou Waldrum.
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