Microfone ligado, mas não para ouvir a bola na rede: a crónica de Vila do Conde
EPA/MANUEL FERNANDO ARAUJO

Rio Ave-SC Braga, 0-0 Microfone ligado, mas não para ouvir a bola na rede: a crónica de Vila do Conde

NACIONAL09.03.202421:51

Nulo justo para jogo fraco; Golaço de bicicleta de Banza anulado; Pela primeira vez na Liga um árbitro explicou decisão aos adeptos

Não deixa saudades a quem viu, mas o duelo entre Rio Ave e SC Braga fica para a história do futebol português, embora por motivos pouco convencionais. A acrobacia de Simon Banza não deixará de ter destaque na cronologia da temporada 2023/24 da Liga, mas acima de tudo pela consequência: foi a primeira vez que, no principal escalão, um árbitro explicou uma decisão para os adeptos. Fábio Veríssimo fez-se ouvir, para explicar que anulava o golo de bicicleta por posição irregular do avançado bracarense no início da jogada, e o encontro não saiu de um nulo que reflete a desinspiração generalizada.

O Rio Ave de Luís Freire não teve problemas em assumir maior iniciativa de jogo do SC Braga. A equipa da casa juntou linhas sem recuar em demasiada e expôs as limitações do adversário em ataque posicional, mas também não conseguiu explorar as habituais dificuldades do adversário na transição defensiva. A melhor ocasião do primeiro tempo foi protagonizada pela formação visitante, com Abel Ruiz, servido na área por Banza, a acertar no poste.

Guardiões do nulo

Artur Jorge tinha poucos motivos para estar satisfeito, ainda assim, e por isso lançou Víctor Gómez e Zalazar ao intervalo. Luís Freire teve de mexer na equipa ainda na primeira parte, por força da lesão de Miguel Nóbrega, mas Patrick William, o substituto, até deu nas vistas no plano ofensivo, após o reatamento. Um remate de fora da área do central brasileiro obrigou Matheus a defesa apertada junto ao poste, mas o livre direto, pouco depois, nem chegou a incomodar.

As mudanças do intervalo pouco efeito tiveram na formação bracarense, ainda que a bicicleta de Banza tenha criado uma ilusão diferente, desfeita pela tal comunicação que faz história na Liga portuguesa.

Álvaro Djaló entrou para mostrar que ainda pode ser útil, mas isso foi insuficiente para encontrar o caminho do golo. As entradas de João Graça, João Teixeira e também de Boateng revelaram a melhor faceta do Rio Ave, pelo menos no plano ofensivo, mas a segurança de Matheus evitou males maiores para o SC Braga. A ocasião final pertenceu à equipa de Artur Jorge, mas Jhonatan confirmou a noite de protagonismo dos guarda-redes, ao negar o golo a Zalazar, também na compensação.

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