«Melhor marcador da Champions? Nada é impossível»
Festejos de Evanilson. O brasileiro tem em Taremi um parceiro privilegiado

FC Porto «Melhor marcador da Champions? Nada é impossível»

NACIONAL25.11.202318:48

Evanilson leva quatro golos na Liga milionária, três dos quais ao Antuérpia. Guarda religiosamente a bola dessa noite épica na Bélgica

Com quatro golos marcados na Liga dos Campeões, três dos quais num jogo épico contra o Antuérpia em que saltou do banco para assinar um hat trick, Evanilson não descarta entrar na luta pelo estatuto de melhor marcador da milionária competição da UEFA. 

«Acho que dá para sonhar. Existem grandes jogadores, mas, fazendo o meu trabalho bem, acho que podem sair mais golos. Vamos ver. Nada é impossível», disse, em entrevista ao canal televisivo TNT Sports Brasil. 

Os três golos apontados ao Antuérpia entraram para a história da Liga dos Campeões e ainda hoje o portista recorda a sua entrada em jogo com grande emoção. «Nem consegui dormir, via os golos, a narração. Sair do banco e marcar três golos… não imaginei que acontecesse algo assim. Qual dos golos gostei mais? Aquele que o Pepe fez a assistência, deixou a bola redondinha. Fiquei com a bola, autografada, bem guardadinha. As redes sociais não paravam, muitos deram-me os parabéns.»

Jogar a este nível tem sempre um significado especial: «Todo o jogo da Champions em que entro dá friozinho na barriga. É uma competição muito importante e quando toca o hino da Champions fico arrepiado, passa um filme na cabeça de todo percurso e dificuldades que passamos para chegar ali. É uma competição que todos os jogadores que estão no Brasil querem disputar. No Fluminense pensava ‘será que vou conseguir estar nesta competição?’»

Evanilson falou ainda da proeza de Pepe, o jogador mais velho a marcar na Liga dos Campeões. «É difícil um jogador com a idade dele jogar com a intensidade com que ele joga em todos os jogos. Faz sprints, aparece na área, aparece, marca, está muito bem, melhor que muito menino. Ajudou-me muito quando cheguei, fico feliz por ele», sublinha.  

Numa viagem mais intimista ao passado, o avançado recorda os sacrifícios que ele o seu pai tiveram de fazer no Fluminense e guarda com particular satisfação as manifestações de carinho que ainda hoje os fãs do clube carioca lhe creditam. «Sinto que sou referência para os meninos de lá, todos têm a camisola número 30. Sinto-me feliz por me ter tornado jogador profissional. Vim de uma família humilde. O meu bairro é habitacional e os meus pais sempre moraram lá. Sim, já passei por dificuldades. Inclusive, não tinha dinheiro para ir para o treino no Estação, em Fortaleza. Lembro-me que um dia estava em casa e o meu pai dizia sempre que estava a chegar e atrasava-se. Um dia chegou e falou que não tinha dinheiro para eu ir para o treino. Saímos à rua, viu uma bicicleta do vizinho e pedalou uns 30 ou 40 minutos comigo atrás. Ele conta essa história aos amigos dele. Quando ele me vê, passa o filme de tudo o que passamos na época, e quando me lembro sinto-me emocionado», conta.