José Mota: «Não acho que o Moreirense se tivesse superiorizado ao Farense»
José Mota, treinador do Farense Foto: GRAFISLAB

José Mota: «Não acho que o Moreirense se tivesse superiorizado ao Farense»

NACIONAL24.02.202419:05

Treinador dos algarvios na sala de imprensa do São Luís, após a derrota (0-1) com o Moreirense

José Mota, treinador do Farense, considerou a derrota da sua equipa injusta, principalmente pelo que fez na 2.ª parte. Reconheceu ainda dificuldades em ferir a baliza do Moreirense, num jogo com poucas oportunidades de golo. «Faltou marcar golos, faltou rematar. Este jogo, todos nós sabíamos que ia ser extremamente difícil. Porque este adversário é bom, já tem sete ou oito vitórias por 1-0. É uma equipa que às vezes não valorizamos muito, porque é o clube que é – com toda a dignidade, como é óbvio –, mas é o Moreirense, que subiu à I Liga, mas tem uma excelente estrutura, é uma equipa muito bem organizada, a época passada fez um campeonato extraordinário e esta época continua a fazer. Na antevisão e em tudo o que falámos com os atletas, alertámos para isso: esta equipa quando está a vencer dificilmente sofre. E mais uma vez se provou. Digo sempre que é sempre justo quando uma equipa marca e a outra não. Neste caso, eles marcaram um golo e mereceram a vitória. Até o golo, sem ser grande oportunidade, foi um pouco nos ressaltos e ela acaba por entrar», começou por dizer.

«Não foi um jogo com muitas oportunidades, pelo contrário. Houve muita entrega a meio-campo, pouco espaço para jogar. O Moreirense entrou melhor, controlou nos primeiros 20 minutos, sem criar perigo. Teve mais posse, jogou pelos corredores e mais organizado, e nós sem grande acutilância, sem grande agressividade e sem grande pressão sobre o portador da bola. Não foi isso que tinha pedido, não foi isso que trabalhámos. Quero uma equipa, deste o primeiro minuto, atrevida, agressiva e a mandar ou dividir o jogo, mas isso não aconteceu. Veio o golo, melhorámos, mas acaba por surgir a expulsão e tivemos alguma dificuldade, não só em comandar o jogo, mas também em chegar perto da baliza do Moreirense. Tínhamos de fazer alguma coisa ao intervalo – ter mais agressividade, ganhar mais duelos. Estes jogos, muitas vezes não dá para jogar bem contra o Moreirense, porque tem muitos atributos, como nem sempre se joga contra o Farense, porque também tem muitos atributos. Mas conseguimos entrar no jogo, dominar o meio-campo, mesmo em inferioridade numérica fomos mais pressionantes, a ganhar segundas bolas, a ganharmos duelos, muito mais atrevidos, mais cantos, mais bolas paradas. Até ao apito final, olhávamos para o jogo e pensávamos que ia dar para nós. Mas o Moreirense defendeu bem. Arriscámos, não proporcionámos profundidade ao Moreirense, eles conseguiram sair, mas não tiveram situações de perigo, o Ricardo Velho acho que não fez nenhuma defesa. E nós fomo-nos alimentando com a nossa determinação e as alterações produzidas, que deram mais agressividade. Tivemos algumas situações, como o remate do Gonçalo (Silva), para se calhar conseguirmos chegar ao golo, mas umas vezes não tivemos capacidade e outras vezes o adversário, com todo o mérito, bem posicionado e com uma defesa estável e experiente, foi anulando essas investidas. Foi pena, porque com toda a sinceridade acho que este resultado é injusto. Porque não acho que o Moreirense se tivesse superiorizado ao Farense. Fez um golo, mas no cômputo geral nenhuma equipa se superiorizou à outra. No final, é sempre um golo que acaba por prevalecer. E prevaleceu esse golo do Moreirense, que lhes deu os três pontos. O resultado mais justo seria, sem dúvida, o empate», disse ainda sobre o jogo.

 

Sobre os cinco jogos que o Farense leva sem vencer, afirmou: «Este é um ciclo difícil. Jogar com FC Porto, Famalicão, Sporting de Braga, Moreirense, estamos a falar de equipas do meio da tabela para cima. Sabemos o seu valor, os seus orçamentos. Na primeira volta, por esta altura [em seis jogos], tínhamos seis pontos, agora temos cinco. Não é assim tão mau, ou é? Vocês têm de trazer o trabalho de casa e saber que não é assim tão mau. Não é assim tão mau, porque perdemos em Braga aos 89 minutos, e poderíamos eventualmente ter mais um ponto, além de outras situações. Sabemos o nosso percurso, o que temos de fazer. Ou vocês acham que o Farense era candidato a fazer sempre três ou quatro vitórias seguidas? Não há nenhuma equipa que não tenha este tipo de ciclos, até os ‘grandes’ têm. Temos de perceber quais foram os nossos adversários. Essas perguntas, aceito, mas acho que têm de ter cuidado em fazer observações um bocado gerais. Na primeira volta, tínhamos duas vitórias, com Chaves e Braga, neste momento temos cinco – uma vitória em Casa Pia e dois empates, em Chaves e aqui com o Famalicão».