José Mota desvaloriza insultos racistas: «Para mim, não é caso»
José Mota, treinador do Farense. Foto: LUÍS FORRA/LUSA

José Mota desvaloriza insultos racistas: «Para mim, não é caso»

NACIONAL10.02.202419:15

Treinador do Farense na sala de imprensa do São Luís, após o empate (1-1) com o Famalicão

O empate (1-1) com o Famalicão, deixou José Mota insatisfeito, pela produção da sua equipa na 2.ª parte. O treinador do Farense reconheceu que a sua equipa esteve ausente na 1.ª metade e que depois teve situações suficientes para vencer. E queixou-se da arbitragem, nomeadamente no golo anulado a Mattheus Oliveira, aos 55 minutos, por falta de Muscat sobre Gustavo Sá, e numa mão de Francisco Moura dentro da área, aos 65.

«Foram duas partes completamente diferentes. Não entrámos em jogo. Quem entrou muitíssimo bem foi o Famalicão. Sabemos que tem excelentes jogadores e se tem projetado com essa qualidade e que em todo o lado gostam de chamar a si o jogo, de controlar. Sabíamos que se jogássemos sem agressividade, se disputássemos os duelos e os perdêssemos, o Famalicão iria ter mais posse, jogar como gosta e a 1.ª parte foi um pouco nesse sentido. Não fomos muito agressivos na pressão aos defesas do Famalicão, os médios jogaram muito livres e o Famalicão, sem criar grandes oportunidades, conseguiu estar a vencer com um grande golo. É justo e a haver uma equipa a vencer, sem dúvida que era o Famalicão, pelo que fez», começou por dizer o treinador.

«A 2.ª parte foi completamente diferente, principalmente pela nossa atitude e pela forma como quisemos mudar o jogo, pelos duelos que ganhámos, por obrigarmos o adversário a recuar as suas linhas. Não tiveram tanto tempo e espaço para circular a bola, as alterações foram melhorando a equipa, jogámos mais perto da baliza do Famalicão, tivemos várias oportunidades para mudar o marcador, fizemos dois golos, só valeu um, e ainda tivemos um lance de grande penalidade que não foi assinalado. Fomos claramente melhor equipa na 2.ª parte, com muitas mais oportunidades. O Famalicão também tentou explorar sempre o nosso adiantamento, teve uma ou outra situação perto da nossa baliza, mas na 2.ª parte merecemos não só o empate… merecemos os golos que marcámos, que foram dois golos que deviam valer, mas afinal só valeu um. É o nosso futebol. Falam que não podemos comentar certas coisas, mas tenho de o referir, porque quem marca dois golos e acaba por empatar é sempre sofrível e é sempre mau, não só para o futebol, mas para nós, que fomos prejudicados», disse.

Sobre a situação com Chiquinho, aos 79 minutos, que se queixou de insultos racistas, o treinador do Farense referiu: «Não me apercebi absolutamente de nada. Estou longe, sentei-me no banco, estávamos a perder e queria que o jogo fosse rapidamente recomeçado. São coisas que ando há tantos anos no futebol e não entendo muito bem se existem, porquê, não sei se existiram. Nem quero opinar sobre isso. Se realmente existiu alguma coisa nesse sentido, tem de ser penalizado, como é óbvio. Mas vocês conhecem o São Luís, as pessoas de Faro são respeitadoras, boas e gostam, adoram futebol. Não vamos tornar um caso, que não sei se existiu, num caso que, se calhar vocês vão realçar mais um caso, no meu ponto de vista, sem grande significado, do que o caso do nosso golo [anulado]. Porque não existe absolutamente nada. Isto é que é importante. Fizemos dois golos, merecíamos ter ganho porque fizemos dois e acabámos por empatar. Esse caso era importante que vocês frisassem. Agora, quanto a isso, não estava presente, soube agora, disseram-me que era por uma ‘boca’ qualquer que veio da bancada. Não vamos tornar um caso que, sinceramente, para mim, não é caso. Parabéns ao público, grande público mais uma vez. O São Luís é realmente uma fortaleza, ajudam-nos em todos os momentos difíceis e mais uma vez ajudaram-nos a dar a volta a um resultado negativo».