Jogo dos Famosos: Ronaldinho e companhia fizeram magia para a caridade

NACIONAL25.08.202422:56

Ex-jogadores e famosos de Brasil e Portugal fizeram furor no Estádio José Gomes, perante milhares de adeptos

À chegada à Reboleira, duas horas e meia antes do pontapé de saída, já vários adeptos se juntavam perto dos portões de acesso ao Estádio José Gomes, casa do Estrela da Amadora. As bandeiras do Brasil e os ritmos de samba que se viam e ouviam não deixavam dúvidas: era mesmo ali que se ia disputar, pelas 17 horas, o Jogo dos Famosos.

Trata-se de uma partida solidária, que já conta com mais de 400 edições no outro lado do Oceano Atlântico e que junta vários ex-futebolistas brasileiros dentro do terreno. Ao contrário de um jogo a valer, aqui o foco não está no coletivo. Dezenas de adeptos usavam camisolas de Grêmio, Barcelona, Atl. Mineiro e Flamengo e, ainda em redor do recinto, vendedores tentavam fazer negócio com cachecóis e bandeiras. Porquê estes clubes? Porque foram os emblemas que foram representados por... Ronaldinho Gaúcho.

O bruxo, como é, carinhosamente, denominado o antigo craque brasileiro, é o grande embaixador desta iniciativa e o principal atrativo da mesma. Toda a gente queria ver mais um toque, um passe ou um remate de Ronaldinho e, com uma seleção de jogadores canarinhos prontos para entrar em campo, estava a justificação ideal para o facto de a grande maioria dos adeptos presentes na Reboleira serem brasileiros. Um membro da organização do evento explicou isso mesmo: «Há muita gente que sai do país para ter melhores condições de vida. Aqui, podem ver os seus ídolos e o ídolo maior, Ronaldinho», afirmou.

Hora e meia antes do jogo, já havia jogadores portugueses prontos a equipar, como Edinho e Daniel Carriço, bem como o treinador desta equipa, Jorge Andrade. O ex-internacional português garantiu duas coisas: a tática não importava e todos iam jogar. Minutos depois, chegava o autocarro do Casa Pia, cheio de atletas do Brasil.

Do veículo, sob aplausos de vários adeptos, que procuravam, em curto espaço, ter algum contacto visual com os ídolos, saíram as estrelas da partida: campeões do Mundo como Edmílson, Luizão ou Anderson Polga, ex-jogador do Sporting, foram alguns dos mais aplaudidos.

De todos, o mais bem-recebido foi Mário Jardel. O goleador, que passou por FC Porto e Sporting e que nunca escondeu a ligação a Portugal, país que define como «segunda casa», foi dos que mais tempo dedicou a dar autógrafos aos adeptos.

Jardel foi o primeiro dos marcadores do Brasil, mas lá chegaremos. Antes da partida, como manda a regra, todos os atletas fizeram o aquecimento. Excepto Ronaldinho. O craque não entrou em campo até já estarem perfilados todos os atores. Depois disso, e perante milhares de aplausos e rodeados por grande barreira de segurança, Ricardo Quaresma e Ronaldinho, capitães de equipa, dirigiram-se ao centro do terreno. Um a um, cumprimentaram colegas e adversários. Tirada a foto da praxe, estava tudo pronto para o pontapé de saída.

Ronaldinho e Quaresma entram em campo

O jogo começou de feição para o conjunto português: aos 15 minutos, já estava... 5-0. E se dúvidas havia sobre quem jogava em casa, todas elas caíram aos 17': Jardel desmarcou-se, passou pelo guarda-redes e voltou a marcar em Portugal, para festejos efusivos das bancadas. Um golo que lançou a reviravolta: o conjunto brasileiro conseguiu, ainda antes do intervalo, fazer 6-5! De todos os momentos, o de maior euforia foi, sem dúvida, o do terceiro do Brasil: Ronaldinho recebeu e, sem ver, isolou o colega. Lance de magia a provar que quem sabe, nunca esquece.

Volvido o intervalo, voltaram todos os elementos, mas por pouco tempo. Ricardo Quaresma empatou e, minutos depois, Ronaldinho disse adeus. Sem a estrela maior, o Brasil não aguentou a renovada pressão portuguesa, que marcou mais quatro sem resposta. Resultado final: 10-6. Mas isso pouco importa. Fica a magia das antigas estrelas, a iniciativa para a caridade e a boa disposição, sobretudo da comunidade brasileira que pôde, durante cerca de duas horas, ter o seu país bem mais perto.