«João Pereira foi decisão assertiva»
Miguel Garcia, o herói de Alkmaar, falou a A BOLA sobre o momento do Sporting, realçando que o novo treinador dos leões precisa de tempo
O atual momento do Sporting é delicado, com três derrotas na era de João Pereira nos quatro jogos que já fez no comando técnico dos leões, após a saída de Ruben Amorim para o Manchester United.
Miguel Garcia, antigo jogador dos leões, o eterno herói de Alkmaar, acompanha o percurso do Sporting e, em declarações exclusivas a A BOLA, deu o seu ponto de vista: «Quando há uma mudança é tudo diferente.»
Infelizmente, esta mudança e adaptação não está a correr como todos os sportinguistas queriam, mas é uma mudança, às vezes leva mais tempo, outras menos
«Não podemos comparar um treinador com outro em termos, por exemplo, de metodologia de treino, liderança. Não digo que um é melhor que o outro, mas são diferentes. Em relação aos jogadores, uns conseguem adaptar-se mais rapidamente às novas ideias do treinador e há outros que podem levar mais algum tempo. Infelizmente, esta mudança e adaptação não está a correr como todos os sportinguistas queriam, mas é uma mudança, às vezes leva mais tempo, outras menos. Neste caso, é preciso dar tempo ao treinador para começar a ver os resultados», acrescentou.
Contudo, mostrou-se apologista da decisão de Frederico Varandas e justificou: «Quanto a João Pereira, acho que foi a decisão mais assertiva que a Direção do Sporting teve. É um treinador que conhece bem a estrutura, os jogadores, joga no mesmo sistema, logo, tinha todas as condições para triunfar. Mas, como referi, pode levar se calhar mais algum tempo do que nós todos estávamos à espera.»
Tendo vivido também mudanças de equipa técnica no decorrer da época, Miguel Garcia disse o que pensa que se está a passar no balneário: «O Ruben, certamente, tem uma maneira de lidar com os jogadores e o João tem outra. Uns se calhar estão sempre confiantes, outros demoram mais tempo a ganhar essa confiança.»
E complementou: «O João já meteu vários jogadores até em outras posições porque idealiza outro modelo de jogo, então há jogadores que estão adaptar-se à maneira do João jogar, a uma liderança, aos treinos. Porque ao fim e ao cabo são quatro anos de Ruben Amorim. A treinar da mesma maneira, os estímulos, a dinâmica da equipa e o João tem outra dinâmica. Os resultados não são logo imediatos, mas é normal que haja alguma contestação, tanto para o treinador como para os jogadores, como para a Direção. Mas penso que temos de dar tempo ao tempo para ver resultados.»