João Neves correu muito, mas os touros correm mais
Médio foi o quinto jogador que mais quilómetros percorreu na primeira jornada da Champions, mas o máximo foi de um jogador do Salzburgo. Otamendi, rei das recuperações, mas austríacos também não ficaram a perder
Só o tempo dirá qual o real impacto, a médio prazo, do jogo entre Benfica e Salzburgo, que os austríacos venceram por 2-0, na Luz, mas é para já uma partida que se destaca relativamente às outras 15 da primeira jornada da fase de grupos da Champions em matéria de vertigem e intensidade.
Segundo os dados da UEFA, o decacampeão austríaco foi a equipa que mais recuperações de bola fez, a que mais faltas cometeu e a que teve o jogador que mais correu. Isto ajuda a perceber as dificuldades que os touros criaram às águias e a dimensão do futebol da equipa com que Roger Schmidt se sagrou campeão em 2014.
Por outro lado, também explica os problemas que o Benfica criou para si próprio, incapaz de se sobrepor a um adversário cujo tipo de futebol surpreendeu a estratégia criada por Schmidt. Que teve, porém, dois pilares que terão impedido males ainda maiores: Otamendi e João Neves.
12,9 km é bom, 14,3 km é melhor
Detalhando: o jovem médio português foi o quinto jogador que percorreu a maior distância na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, tendo corrido 12,9 quilómetros. Foi graças ao extenso raio de ação de João Neves que o Benfica ainda conseguiu equilibrar o meio-campo e acionar zonas de pressão, apesar de estar a jogar com apenas 10 jogadores a partir aos 15 minutos após a expulsão de António Silva.
Só que o líder do ranking foi Bidstrup, médio do Salzburgo (a equipa com a média de idades mais jovem de sempre nesta fase da competição), tendo percorrido uns incríveis 14,3 quilómetros — Eustáquio, do FC Porto, foi o segundo a correr mais (13,4 km).
Quanto a Otamendi, destacou-se por ter sido o que mais recuperações fez: 11. Problema: Terzic, do Salzburgo, fez as mesmas, tantas quantas as de Skriniar e Hummels.
Houve dois elementos a procurar, individualmente, o que do outro lado foi conseguido de forma coletiva. Exemplo: os austríacos foram os que mais faltas cometeram na primeira ronda da fase de grupos, o Benfica foi apenas 21.º.