Técnico vai sentar-se no banco famalicense pela primeira vez e logo num dérbi minhoto - amanhã, às 18.45 horas. O respeito pelos arsenalistas e a certeza de que irão reagir ao desaire em Roma. A felicidade pela forma como foi recebido em Vila Nova e a crença na construção de uma identidade forte que será a base para as vitórias
A espera está prestes a terminar: Hugo Oliveira estreia-se já amanhã no banco do Famalicão, por ocasião do encontro no reduto do SC Braga, referente à 14.ª jornada da Liga e que tem o pontapé de saída agendado para as 18.45 horas.
O novo técnico do emblema de Vila Nova, que vai também estrear-se como treinador principal, depois de mais de 20 anos como treinador de guarda-redes e também como adjunto, mostra-se preparado para o momento, até porque, salienta, a receção em Famalicão foi a melhor possível e os jogadores têm trabalhado com afinco para ter uma identificação plena com as ideias da nova equipa técnica. Nem tudo vai ser visível no jogo de amanhã, por ter sido apenas uma semana de trabalho, mas isso não retira confiança ao treinador.
«Tem sido uma primeira semana muito positiva. Os jogadores e todas as pessoas que trabalham no Famalicão receberam-nos de uma forma muito aberta e harmoniosa, quase como de forma familiar. Abriram-nos a porta para que nos sentíssemos em casa. Isso deixou-nos muito mais tranquilos, seguros e confiantes para trabalhar. O mais importante para mim era que o grupo de trabalho percebesse as nossas ideias e que desde o primeiro dia trabalhasse em direção a elas. A semana tem sido única e exclusivamente a mostrar esse ADN que temos de construir, que é nosso e que terá de estar patente em todos os jogos», começou por dizer.
«São apenas cinco dias de trabalho, mas os jogadores estão como esponjas, a tentar absorver as novas ideias, e vamos ser muito sinceros, porque não vamos fazer tudo bem. Vamos cometer erros, porque estamos a trazer ideias novas e uma forma de estar muito própria, e isso vai sendo construído no dia a dia. Trabalhamos sempre para que as coisas saiam bem e para que estejamos preparados para o dia do jogo. Ainda temos um treino para fazer, mas certamente que vamos chegar ao jogo confiantes. Sabemos que vamos encontrar um adversário forte, que certamente vai querer dar uma resposta depois do último jogo que teve, mas não podemos esquecer que estamos a falar de um adversário que tem muita ferramenta e com um treinador que sabe o que é a nossa Liga e os jogadores que tem dentro de casa e que têm muitas possibilidades. Terá as intenções certas para chegar ao jogo de amanhã muito forte», projetou, na conferência de Imprensa realizada na manhã deste domingo.
Novo técnico foi apresentado esta tarde e mostra-se confiante na etapa que está a iniciar, naquela que é a primeira experiência enquanto treinador principal. Elogios à estrutura do emblema minhoto, mas também ao Fulham e a Marco Silva. Contrato de uma época e meia
Hugo Oliveira está convicto de que o Famalicão vai ter pela frente um adversário de grande qualidade e não esconde o apreço pela carreira de Carlos Carvalhal, treinador a quem deixa bastantes elogios. Ainda assim, os azuis e brancos do Minho vão seguir o seu caminho, garante: «A equipa vai olhar sempre para o resultado. O futebol é um jogo e um jogo é para ganhar ou perder. Eventualmente para empatar… Olharemos sempre para os três pontos e na segunda-feira não vai ser diferente, mas temos a humildade intelectual para assumir que vai ser um jogo extremamente difícil, diante de um adversário muito forte. Não nos vamos deixar enganar com o fogo de artifício em relação ao último jogo do SC Braga, que tem uma equipa recheada de jogadores de qualidade e que tem um treinador com tremenda experiência, que já passou por muitos contextos e que conhece esta Liga de uma forma muito cabal. Já passou por momentos melhores e piores e sempre soube dar a volta. Não esperamos outra coisa que não seja um SC Braga muito forte. O que posso dizer em relação ao Famalicão é que se trata de uma equipa que está à procura da sua casa tática e identitária e que nos levará ao nosso ADN. Mas queremos que essa forma de estar seja também apaixonante para os nossos adeptos.»
O novo líder do balneário famalicense foi instado a pronunciar-se sobre a reação que espera do SC Braga depois da derrota sofrida em Roma (0-3), em partida da Liga Europa, e a resposta não poderia ser mais esclarecedora.
O SC Braga caiu de forma clara na capital romana, mas, com sete pontos em seis jogos, mantém aberto o caminho para chegar aos oitavos de final da Liga Europa através dos play-offs
«Tenho a certeza que vamos encontrar um SC Braga no máximo das suas capacidades. O SC Braga jogou num estádio muito difícil, diante de uma equipa muito forte. A Roma tem jogadores de nível mundial e não podemos deixar que esse resultado venha esconder ou dar uma imagem errada daquilo que é o real valor do SC Braga. O não ficarem satisfeitos quando o resultado não é aquele que querem é um sublinhado ao porquê de o SC Braga ter crescido tanto nos últimos anos e daí o seu presidente ter um sentimento tão vitorioso», concluiu o técnico, de 45 anos, que amanhã vai viver o primeiro dia... do resto da sua vida.