Gonçalo Santos e a derrota com o FC Porto: «Acaba sempre por haver um amargo de boca...»

Técnico do Casa Pia elogiou a atitude competitiva dos seus jogadores e a qualidade demonstrada no duelo com os dragões; a sensação de que os gansos poderiam ter conquistado pontos; confiança na permanência e no constante crescimento do coletivo

O Casa Pia conseguiu chegar ao empate, esteve quase a dar a volta ao resultado, mas pareceu que faltou melhor definição no último terço. Concorda?

Sim. Jogar contra um candidato ao título nunca é fácil, nós tentámos, numa primeira fase, pressionar mais alto e tentar condicionar a primeira fase de construção do FC Porto e penso que fomos tendo algum sucesso. Obviamente que com a qualidade individual que os jogadores do FC Porto têm e com algum atraso que por vezes tivemos na pressão, eles foram crescendo e tiveram por cima até à meia hora e depois fizeram o golo. Nos últimos 15 minutos da primeira parte o jogo mudou, nós conseguimos o empate e ainda tivemos mais duas situações claras para marcar antes do intervalo. Ter três ou quatro situações claras de golo não é fácil contra um candidato ao título. Na segunda parte voltámos a tentar pressionar mais alto e na sequência de uma carambola o FC Porto voltou a marcar. Conseguimos, depois disso, ficar por cima do FC Porto e penso que podíamos ter empatado. Mas demos uma boa imagem e isto dá-nos confiança para o que falta.

Há algum amargo de boca depois deste resultado?

Acaba sempre por haver. A nossa época tem sido muito boa, mesmo nos jogos em que temos empatado em casa temos sido sempre melhores que os adversários, e talvez tenha faltado boas decisões no último terço. Mas acredito que com o trabalho que estamos a fazer vamos ganhar muito mais vezes. O que os jogadores têm feito dá-nos muita confiança para a reta final do campeonato.

Na parte final alterou a estrutura, abdicando de um dos três centrais. Foi a prova da ousadia do Casa Pia?

Sim. Eu sou vejo o jogo dessa maneira, tentando sempre ser melhor que o adversário. Senti que a equipa estava em crescendo e que o FC Porto baixou um pouco as suas linhas. Decidimos tirar um defesa-central e passar para uma linha de quatro atrás. Fomos criando vários lances, metendo bolas na área, mas talvez tenha também faltado uma pontinha de sorte para chegarmos ao empate.

Sente que a equipa está confortável nesta posição da tabela classificativa?

Confortáveis não estamos, mas olhamos para a classificação e sabemos que em 12 pontos o Portimonense tem de nos ganhar 5. Acreditamos que com as exibições que temos feito iremos conseguir mais pontos que as equipas que estão abaixo de nós e é para isso que vamos continuar a trabalhar. No fundo, para que não tenhamos de fazer contas no final.

Há derrotas que acabam por dar força às equipas. Acredita que este desaire vai dar ânimo?

Sim, acredito muito nisso. Tinha dito, na antevisão do jogo, que queríamos ser mais consistentes durante os 90 minutos, e penso que até criámos mais ocasiões de golo do que tínhamos criado no jogo com o Benfica. Acabámos por cima do FC Porto e penso que isso é uma motivação extra para o que falta jogar. É certo que não nos deu pontos, mas vai dar-nos outras coisas, nomeadamente alento e confiança.