Gil Vicente «não corre quaisquer riscos com esta transição na liderança»
Rui Silva é o novo presidente do Gil Vicente. Imagem: Gil Vicente FC

ENTREVISTA A BOLA Gil Vicente «não corre quaisquer riscos com esta transição na liderança»

NACIONAL24.06.202410:00

Novo presidente do emblema de Barcelos promete um «plantel com muita qualidade para a próxima época»; garante uma «voz mais ativa e participativa» na Liga Portugal

Os adeptos do Gil Vicente foram surpreendidos na última semana com a demissão de Avelino Dias da Silva após quatro meses no cargo de presidente. No mesmo dia, soube-se que o sobrinho, Rui Silva, iria liderar o destino dos galos.

Em entrevista a A BOLA, Hugo Vieira, adversário de Avelino Dias da Silva nas últimas eleições, não ficou surpreendido com esta mudança, apontando para uma «situação complicada», em que o clube «deixou de ser dos sócios».

Rui Silva é também filho do anterior presidente e nos últimos quatro meses foi o presidente-adjunto do clube. Em entrevista a A BOLA, o novo homem-forte dos galos garante que esta transição «não corre quaisquer riscos na liderança».

«Antes de mais quero agradecer o empenho revelado pelo presidente Avelino Dias da Silva e acrescentar que o clube não corre quaisquer riscos com esta transição na liderança. Quero deixar isso bem claro e também garantir aos nossos sócios e adeptos que iremos ter um plantel com muita qualidade para enfrentar da melhor forma possível a próxima época desportiva. Os gilistas podem ficar descansados porque o trabalho nunca deixou de ser feito e não se resume à equipa profissional de futebol.»

À semelhança do discurso ouvido nas últimas eleições, a «reestruturação e modernização» do clube em vários departamentos são prioridade para este novo mandato, assente na «consolidação financeira», numa altura em que o clube conta com cerca de 6 mil sócios inscritos.

«Além das melhorias nas infraestruturas, estamos a desenvolver uma reestruturação e modernização em diversos departamentos de forma a criar uma equipa de gestão muito competente que, entre outras coisas, garantirá a consolidação financeira e criará bases para um futuro de sucessos desportivos. O Gil Vicente é um clube centenário e para acelerar o seu crescimento tem obrigação de se aproximar cada vez mais das pessoas e propagar a cultura gilista na comunidade.  Queremos profissionalizar o clube e isso já está a ser feito e os sócios vão começar a sentir essa transformação rapidamente e em diversas vertentes.»

Na antecâmara de mais uma época, em que Pedro Proença anunciou que está previsto o maior orçamento de sempre, na ordem dos 30 milhões de euros, na competição, o Gil Vicente quer «ter uma voz ativa e participativa» no futebol português.

«A Liga Portugal acabou de anunciar o maior orçamento da instituição, que aponta para receitas históricas, e isso é sinal inequívoco do desenvolvimento existente no futebol português. O Gil Vicente quer ter voz ativa e participativa, contribuindo de forma positiva para esta evolução que, acredito eu, não terá retorno.»

Avelino Dias da Silva exerceu este curto mandato durante quatro meses e 20 dias, depois de uma disputa eleitoral como ex-futebolista Hugo Vieira, e na hora de saída pediu desculpas aos sócios, por interromper a liderança.