FIFA adia decisão sobre a suspensão de Israel

Decisão de suspender Israel foi adiada para julho devido à necessidade de consultar, primeiro, um parecer jurídico externo

Segundo informa o Telegraph, a FIFA vai realizar uma reunião urgente para decidir se Israel deve ou não ser expulso das competições internacionais, na sequência dos ataques israelitas em Gaza. A decisão foi anunciada pelo próprio presidente da FIFA, Gianni Infantino, durante o congresso da Confederação Asiática de Futebol.

Infantino confirmou que o organismo máximo do futebol vai proceder a uma «avaliação jurídica» de uma proposta apresentada pela Associação Palestiniana de Futebol (APF) de banir Israel, apoiada pelas federações da Argélia, Iraque, Jordânia, Síria e Iémen. Por enquanto, não foi submetida à votação das associações-membro do organismo, pelo que, segundo Infantino, a decisão teria de ser tomada numa reunião de emergência que teria lugar no final de julho.

«O futebol não deve e nunca deve tornar-se refém da política e continuar a ser sempre um vetor de paz, uma fonte de esperança, uma força do bem, unindo as pessoas em vez de as dividir», afirmou Infantino que, em seguida, justificou a avaliação jurídica que fará antes de tomar a decisão: «Esta avaliação jurídica terá de ter em conta os contributos e as reivindicações de ambas as associações membros [Israel e Palestina]. Os resultados desta análise e as recomendações que se seguirão a ela serão posteriormente encaminhados ao conselho da FIFA.»

No congresso mencionado, o presidente da APF, Jibril Rajoub, foi bem mais duro nas críticas à FIFA: «Quanto mais terá de sofrer a família do futebol palestiniano para que a FIFA atue com a mesma severidade e urgência com que atuou noutros casos? A FIFA considera que algumas guerras são mais importantes do que outras e que algumas vítimas são mais significativas? Peço-vos que se coloquem do lado certo da história. O sofrimento de milhões de pessoas, incluindo milhares de futebolistas, merece isso mesmo. Se não for agora, quando será?»

Por outro lado, o presidente da Federação Israelita de Futebol descreveu como «tentativa cínica, política e hostil» o pedido efetuado pela APF de banir Israel. A proposta apresentada pela Associação Palestiniana de Futebol no congresso acusava Israel de crimes de guerra e de violar uma ordem expressa pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) para evitar um genocídio em Gaza.