FC Porto: Vítor Bruno não olha a estatutos

Treinador deve valorizar o desempenho dos jogadores que estiveram em foco nos oito triunfos da pré-temporada. Dúvida maior prende-se com a escolha do guarda-redes: Diogo Costa ou Cláudio Ramos?

A vida de um treinador é marcada por um risco permanente, mas Vítor Bruno parece determinado em seguir as suas convicções e surpreender ao não dar grande ênfase à questão do estatuto que um jogador tem num plantel. Nesse sentido, o novo treinador do FC Porto deve manter no onze o núcleo duro que ajudou a equipa a conquistar oito triunfos na pré-temporada, apesar de os seis internacionais — Diogo Costa, Wendell, Eustáquio, Pepê, Evanilson e Francisco Conceição — já terem sido reintegrados há menos uma semana nos trabalhos e, por via disso, abrirem o leque para as várias posições do terreno.

Tomando por princípio que Vítor Bruno pretende premiar o trabalho desenvolvido nas primeiras semanas de pré-temporada, primeiro no Olival e depois na Áustria, é lícito pensar-se que o onze portista que vai defrontar o Sporting na final da Supertaça Cândido de Oliveira, em Aveiro, já no próximo sábado, não deverá andar muito longe daquele que foi a aposta inicial nos jogos com o Sturm Graz e, mais recentemente, com o Al Nassr, onde pontificam os ex-portistas Otávio, Alex Telles e Luís Castro, trio homenageado no passado domingo no Dragão.

Ainda assim, não será de descurar uma ou outra surpresa nas primeiras opções do novo técnico azul e branca, a começar, desde logo, pelo titular da baliza. Cláudio Ramos esteve em grande forma durante a pré-temporada, provando ser uma opção válida, ainda para mais reforçada pela renovação de contrato que teve este verão, mas Diogo Costa pode acrescentar algo mais à equipa, mormente na construção de jogo e no jogo com os pés.

A hipótese de Cláudio Ramos figurar no onze não é, no entanto, descabida, mas tudo vai depender muito da forma como Vítor Bruno quer abordar o clássico com os leões a partir de trás.

De resto, a equipa dos dragões deverá ser composta por João Mário, Zé Pedro, Otávio e Martim Fernandes na defesa. Wendell já trabalha com os companheiros, mas a aposta no ouro da casa está vincada e o jovem formado no Olival foi uma agradável surpresa ao ser adaptado a lateral esquerdo, onde cumpriu a preceito a missão que lhe foi confiada por Vítor Bruno.

No meio-campo não restam dúvidas de que Grujic e Alan Varela formarão a dupla de pivôs no corredor central, com Nico González a posicionar-se numa posição mais adiantada, ainda que com cautelas defensivas. Nas alas, Gonçalo Borges (direita) e Iván Jaime (esquerda) têm liberdade total para percorrerem outras zonas mais interiores. No ataque, Danny Namaso parece ter vantagem sobre Toni Martínez e Fran Navarro. Tudo isto é a previsão do onze, mas pode haver surpresas na manga.