FC Porto: Samu volta a abordar saída do Atlético Madrid

NACIONAL05.11.202415:55

Avançado espanhol garante que não guarda rancor em relação aos 'colchoneros'. Recorda infância difícil

Samu é o protagonista da mais recente edição da Revista Dragões, publicada pelo FC Porto todos os meses. O avançado dos azuis e brancos abordou vários temas, desde a infância difícil em Sevilha à polémica saída do Atlético Madrid.

Infância difícil

«A minha infância não foi propriamente fácil e nunca me cansarei de agradecer à minha mãe por tudo aquilo que fez por nós, por mim e pela minha irmã. Ela é a mulher mais importante da minha vida, tudo o que estou a conseguir agora devo-o e dedico-o a ela, porque foi ela que sempre me apoiou nos bons e maus momentos por que passámos. Muitas vezes não havia o que comer e agora, graças a Deus, está tudo muito melhor e posso oferecer-lhe a vida que ela merece. Eu nasci em Melilha, depois de a minha mãe ter emigrado desde a Nigéria, mas fomos para Sevilha quando eu ainda tinha alguns meses. Foi lá que cresci, sinto-me sevilhano e tenho muito orgulho disso.»

Mudança para o Granada

«Não posso esquecer o Nervión [em Sevilha], que me acolheu quando ninguém me queria e fez de mim um futebolista. O Granada representa o passo mais importante da minha curta carreira, porque apostou em mim e me foi buscar ao Nervión quando nenhuma equipa sevilhana de relevo mostrou interesse em contratar-me. Tenho de agradecer ao Rafa Salguero, ao Luis Frado e ao José Fernández, os chefes de scouting do clube que apostaram fortemente para que eu pudesse ir para a formação do Granada. Estarei sempre muito agradecido ao Granada por tudo o que me deu nesses anos e fico muito contente por poder fazer parte da história do clube.»

A saída do Atlético Madrid e a chegada ao FC Porto

«Não guardo rancor a ninguém, o que passou passou, e estou agradecido ao Atlético por me ajudar a chegar a um clube tão histórico como é o Atleti. A verdade é que só tenho palavras de agradecimento, também para os adeptos, que sempre me apoiaram mesmo que eu não tenha tido a oportunidade de me estrear com a camisola do clube. Fico muito agradecido, aos adeptos e ao clube, por me terem ajudado a estar onde estou hoje.»

Nomeação para o prémio Golden Boy

«Muita satisfação por perceber que todo o meu trabalho está a ser reconhecido e recompensado. Só o simples facto de o meu nome estar na lista já me enche de orgulho, tanto a mim, como à minha família. Estar ali rodeado de tão bons futebolistas para mim é um orgulho.»

Melhor golo ao serviço do FC Porto

«Talvez o segundo que marquei ao United ou o que fiz ao Hoffenheim, num jogo muito importante para nós. Estou muito contente por poder ajudar a equipa e espero fazer muitos mais.»

Sensação de jogar no Dragão

«É uma sensação única. Sinto o carinho dos adeptos desde o primeiro jogo que fiz aqui, incluindo desde o dia em que cheguei e assisti a um jogo no estádio. Receberam-me de uma forma que não imaginava e estou-lhes agradecido por me apoiarem, tanto em casa como fora. É uma sensação única e espero desfrutar destes adeptos durante muitos anos.»

Objetivo no campeonato

«Sim, digo-o muitas vezes no balneário e estou convencido de que vamos ser campeões. Somos uma equipa jovem que tem uma ideia muito clara e que vai dar sempre a mão ao treinador. Vamos dar tudo para recuperar o título e oferecê-lo aos adeptos, que bem o merecem.»

Racismo nos estádios

«Não é um tema de que goste muito de falar, mas é algo que não tem cabimento, não só no futebol, mas também na sociedade, e não beneficia ninguém. É lamentável que aconteçam coisas destas em pleno 2024. É um assunto delicado, já enviei todo o meu apoio ao Elijah no próprio dia dos acontecimentos e espero que sejam tomadas medidas muito duras para que episódios destes não voltem a acontecer.»

Ronaldo é uma referência

«A minha primeira referência foi o Samuel Eto’o, mas o Cristiano, por todo o seu espírito de superação, por querer ser sempre o melhor, foi uma inspiração importante para mim. Para mim, é o melhor jogador do mundo, sem dúvida nenhuma.»

Tempos livres

«Gosto muito de jogar na PlayStation, não sou tão bom como no relvado, mas tento sempre desfrutar com os meus amigos, passar um bom bocado, mas mantendo o cuidado de não jogar muitas horas, porque também é preciso cuidar do corpo e da casa.»