FC Porto: Fernando Gomes afasta cenário de fair-play financeiro
Fernando Gomes e Pinto da Costa, IMAGO
Foto: IMAGO

FC Porto: Fernando Gomes afasta cenário de fair-play financeiro

NACIONAL13.10.202310:39

Administrador da SAD comenta contas negativas dos dragões

Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto com a pasta das finanças, afastou hoje o cenário de o FC Porto voltar a estar sob o escrutínio da UEFA com o fair-play financeiro depois de o FC Porto apresentar um prejuízo de quase 48 milhões de euros. «resultado é muito peculiar. É negativo, o que aconteceu por uma deliberada posição da administração. E sucede a dois anos de resultados positivos, em que apresentámos à volta de 20 milhões de euros de lucro nos dois anos. Agora temos este, que supera esses positivos. Mas quero dizer que não está em causa, de nenhuma forma, qualquer espécie de fair play financeiro na qual o FC Porto possa incorrer. Não há qualquer perigo de regressarmos ao fair play financeiro», disse na cerimónia de apresentação das contas 2022/2023, que decorreu esta manhã no Estádio do Dragão,

O dirigente prosseguiu a sua alocução. «Como disse, resulta de uma posição deliberada da administração. Mas alguém gosta de ter resultados negativos? Não. Então, o que se passou? Em maio último, se se recordam, e isto até causou alguma polémica na altura, na apresentação dos resultados do empréstimo obrigacionista mais recente, que foi um grande sucesso, disse à altura que o FC Porto teria necessariamente de vender e realizar mais-valias desportivas até 30 de junho sob pena de incorrer em resultados que não fossem favoráveis. Tínhamos, portanto, essa consciência. Mas quem acompanha o desporto sabe que tínhamos um grande jogador, o Otávio, que tinha uma cláusula de rescisão fora do comum, pois tinha um valer até 15 de julho, que era de 40 milhões de euros, ou a partir daí seria 60 milhões de euros, referiu.

Logo depois, revelou a leitura feita por Pinto da Costa destes números: «Este foi o risco que a Administração, nomeadamente o presidente, correu. Foi o próprio presidente que disse: 'Nós não vamos vender o Otávio até 30 de junho porque eles estão tão interessados no Otávio que virão buscá-lo mais tarde'. A verdade, e apesar das dúvidas que todos nós tínhamos, é que já no final da janela de verão, a 22 de agosto, a insistência pelo Otávio aconteceu, a persistência nessa aquisição foi muito forte e nós conseguimos que o passe do Otávio fosse transacionado pelo 60 milhões de euros e não pelos 40 milhões. Se tivéssemos vendido até 30 de junho, teríamos um resultado mais equilibrado, mas vendendo depois, registando este valor, temos uma verba muito maior, que compensa os 46,7 milhões de euros negativos. Ou seja, por dois meses, o FC Porto acrescentou 2 milhões de euros ao passe do Otávio», explicou.

Fernando Gomes afastou, pelo menos para já, o cenário de vender ativos em janeiro. «Esperamos não ter necessidade de fazer qualquer venda em janeiro. Mas o mercado funciona, temos jogadores com cláusulas de rescisão que podem ser batidas pelos concorrentes. Não podemos assegurar que não vendemos. O que a administração gostaria era de não ter nenhum sobressalto para que qualquer jogador saia do plantel», acrescentou.

O homem da pasta financeira dos dragões deixou também uma certeza: «Não quero iludir ninguém. O FC Porto só terá contas equilibradas coma venda de passes de jogadores. Se não tiver mais-valias, esqueçam. Não há condições para equilibrar contas. Pode aguentar um ou dois anos. Para o ano teremos de fazer mais-valias novamente de 40/50 milhões de euros. É o que consta do nosso orçamento,»