Futebol Feminino Estudo atesta crescimento global e EUA como maior mercado exportador
«A internacionalização no futebol feminino é já uma realidade», traduzida no elevado número de jogadoras emigrantes noutros países - com as tetracampeãs mundiais dos EUA, vencedoras das duas últimas edições da prova (2015 e 2019, além de 1991 e 1999) à cabeça das ‘exportações', 77 profissionais a jogar noutras ligas – com uma popularidade do futebol feminino que «será ainda mais potenciada com o Mundial na Austrália e Nova Zelândia, a partir de 20 de julho», fase final da prova na qual Portugal, à nona edição da competição, recorde-se, se estreia, tendo como rivais na primeira fase, de grupos, precisamente as norte-americanas (líderes do ranking FIFA), Países Baixos e Vietname.
Estas as conclusões do 86.º Relatório Mensal do Observatório do Futebol CIES, organização sediada em Neuchâtel (Suíça), divulgado esta quarta-feira, elaborado por Raffaele Poli, Loic Ravenel e Roger Besson, intitulado ‘Estudo Comparativo das Oito Equipas nos Quartos de Final da Champions League Feminina’.
De acordo com os autores, «apesar de a maioria das jogadoras dos EUA jogarem na sua competitiva liga doméstica, a National Women Soccer League [NWSL], são a maioria das expatriadas», percentagem cuja fatia de minutos em campo (jogadoras estrangeiras, originárias de país que não o da equipa que representam) nas ligas ‘big 5’ femininas representadas naquela fase adiantada da prova que o Barcelona venceu em 2022/23.
Além da formação espanhola, a Roma (Itália), Chelsea, Arsenal (Inglaterra) Lyon, PSG (França), Bayern de Munique e Wolfsburgo (Alemanha) completaram o leque nos quartos de final. E merece reflexão o dado apurado de que a percentagem de minutos de estrangeiras em campo na Champions foi maior nas equipas inglesas: 83,2 por cento no Arsenal, 75,5 por cento no Chelsea, respetivamente.
Mas são os ‘mercados de exportação’ de eleição do futebol feminino e o «crescimento a nível global» potenciado pelo Mundial da Austrália/Nova Zelândia-2023, de 20 de julho a 20 de agosto, que o Observatório do Futebol atenta e discrimina a origem das estrangeiras que, jogando além-fronteiras, estão a contribuir para a massificação do fenómeno do desporto-rei no feminino.
Sem surpresa, os EUA lideram nestas ligas europeias domésticas ‘Big 5’ (Inglaterra, França, Espanha, Itália e Alemanha), com 77 jogadoras. Depois das tetracampeãs do Mundo, como mercado exportador de jogadores vem, em segundo lugar, a Suécia, com 48 jogadoras a ganharem a vida além-fronteiras, enquanto a Dinamarca, com 44 futebolistas, fecha este pódio de ‘viveiros de jogadoras’ de eleição.
Logo depois, na quarta posição, surge o Canadá, com 44 jogadores a ganharem o sustento e exercerem a profissão noutras nações, seguida da campeã mundial de 1995, a Noruega, que, de acordo com o estudo do Observatório do Futebol, tem nesta altura 33 profissionais a jogar noutros países. Em sexto lugar, surgem França e Brasil, cada um deles com 31 jogadoras em clubes de outros países.
Logo depois vêm a Finlândia (28), Austrália (27) e… outro dos rivais da Seleção Nacional orientada por Francisco Neto, na primeira fase da prova na Austrália e Nova Zelândia: os Países Baixos, que contabilizam, avança o CIES, 26 profissionais já noutros emblemas que não os neerlandeses.
Mais do que a Suíça (25), a bicampeã mundial (em 2003 e 2007) Alemanha - 23 jogadoras noutras ligas -, Áustria (21) e do que a Islândia e a Inglaterra (20 jogadoras ao serviço de clubes doutras nações, cada uma delas), no ‘top 15’ de nações mais exportadoras de profissionais de futebol no feminino.