Estrela da Amadora: à 32.ª jornada da Liga…o 14.º trio de centrais
Problemas físicos de Miguel Lopes e suspensão de Kialonda Gaspar obrigaram os tricolores a utilizar um trio inédito no eixo defensivo; dúvida persiste sobre as escolhas para o setor na deslocação a Vizela
Numa fase determinante pelo sucesso desportivo da sua temporada, o Estrela da Amadora já evitou a despromoção direta e pretende garantir, o quanto antes, a permanência no escalão. A meta está próxima e, a confirmar-se, colocaria um gosto ainda mais saboroso dadas as dificuldades que o emblema amadorense tem atravessado, mais concretamente com lesões que assolaram o plantel durante toda a temporada e que incidiram com especial foco na defesa.
O técnico amadorense, Sérgio Vieira, já se pronunciou por diversas ocasiões sobre a «instabilidade» no setor defensivo e os números dão-lhe razão: no domingo, no importante empate (0-0) alcançado em Arouca, o Estrela da Amadora utilizou o…14.º trio de centrais num universo de 32 jornadas disputadas. Uma contagem que ilustra bem a capacidade de improviso a que os tricolores e a sua equipa técnica foram obrigados para competir com as mesmas armas que os seus opositores.
A primeira metade da temporada foi particularmente atribulada no que respeita às lesões. O primeiro trio eleito por Sérgio Vieira passou por Kialonda Gaspar, Miguel Lopes e Mansur, três homens de confiança no plantel, mas Miguel Lopes recebeu ordem de expulsão na jornada inaugural, frente ao Vitória de Guimarães, e obrigou a mexida imediata no setor, entrando o queniano Johnstone Omurwa para o seu lugar, por aí permanecendo por algumas jornadas a fio.
O central africano, hoje afastado das opções em virtude de ter sido ultrapassado pelas incorporações que chegaram no decorrer da temporada, faz inclusivamente do trio de centrais mais repetido ao longo desta edição da Liga, tendo formado parceria com Miguel Lopes e Kialonda Gaspar em seis jornadas da competição. Todavia, também Pedro Mendes e Erivaldo Almeida (que em janeiro deixaria o clube, rumo ao Marítimo) e até os adaptados Hevertton Santos e Nkanyiso Shinga passaram pelo lugar.
Na segunda metade da época, a partir do momento em que Miguel Lopes recuperou de uma lesão num joelho que o afastou por alguns meses e que Gaspar regressou da disputa da Taça das Nações Africanas por Angola, estes dois elementos voltaram a merecer a primazia do treinador e o trio ficou completo com Diogo Fonseca, reforço de janeiro que se impunha com naturalidade…até ser afetado por uma fratura na tíbia e no perónio que o atirou para a mesa de operações.
Assim se desfez o trio mais utilizado na segunda metade da temporada – cinco jornadas – e o segundo mais utilizado de toda a época sendo que, mais recentemente, as indisponibilidades voltaram a manifestar-se em função de um problema físico que tem afetado Miguel Lopes, ao qual acresceu a suspensão a Gaspar, por ter atingido uma série de nove cartões amarelos. Assim, numa questão de dias o Estrela da Amadora viu-se forçado a alterar todo o setor defensivo.
Face a esta necessidade, frente ao Arouca formou-se um trio inédito na presente temporada, que contou com Mansur, jogador utilizado com muita frequência que herdou o lugar que antes pertencia a Diogo Fonseca, Pedro Mendes, que voltou à titularidade algumas semanas depois, e a adaptação de Hevertton Santos, a exemplo do que sucedeu em fases anteriores da época. Neste caso, ganhando a corrida a Omurwa e Lucão, dois centrais de raiz que também compõem o plantel.
Relativamente à deslocação a Vizela, a dúvida mantém-se, dependendo da recuperação de Miguel Lopes e do (mais que esperado) regresso de Gaspar ao onze. Dois fatores que, dependendo da escolha por parte de Sérgio Vieira para ir a jogo poderá até conduzir a um novo trio a juntar a esta longa lista, que reflete também um processo abrangente que já foi cumprido por dez jogadores diferentes num setor tão específico como o da defesa.
Todos os trios defensivos apresentados pelo Estrela da Amadora em 23/24
Omurwa, Miguel Lopes, Gaspar (6 jornadas)
Gaspar, Miguel Lopes, Diogo Fonseca (5 jornadas)
Gaspar, Miguel Lopes, Mansur (4 jornadas)
Gaspar, Pedro Mendes, Rúben Lima (4 jornadas)
Omurwa, Gaspar, Mansur (3 jornadas)
Hevertton, Almeida, Gaspar (2 jornadas)
Omurwa, Pedro Mendes, Mansur (2 jornadas)
Hevertton Santos, Almeida, Shinga
Gaspar, Almeida, Shinga
Almeida, Pedro Mendes, Shinga
Omurwa, Pedro Mendes, Shinga
Omurwa, Pedro Mendes, Rúben Lima
Hevertton, Pedro Mendes e Mansur