Estreia épica de Conceição com reviravolta em 4 minutos!
Milan bate Juventus por 2-1 e disputará a final da Supertaça com o Inter, na 2.ª-feira. Bianconeri, que perderam Francisco Conceição no aquecimento, estiveram a vencer, mas golos de Pulicic (71’) e Gatti, na própria baliza (75’), deram vitória aos rossoneri
Que estreia para recordar por muitos e muitos anos! No seu primeiro jogo como treinador do Milan, quatro dias apenas após a chegada ao clube, Sérgio Conceição viu a sua equipa operar em apenas quatro minutos (entre os 71’ e os 75’) uma reviravolta épica em Ríade que garantiu a vitória sobre a Juventus e a qualificação para a final da Supertaça italiana, na qual defrontará o rival Inter, em duelo agendado para segunda-feira, também na capital da Arábia Saudita.
É verdade que Conceição ainda tem muito trabalho pela frente para transformar este Milan numa equipa capaz de competir com as maiores e, sobretudo, com capacidade para conquistar títulos que há escapam ao conjunto rossonero há três temporadas – desde a tripla conquista internacional de Ancelotti em 2007 (Champions, Supertaça europeia e Mundial de Clubes), o Milan venceu apenas dois scudetti e duas Supertaças de Itália…
Mas é com jogos como o desta sexta-feira que os primeiros passos nesse caminho conquistador começam a ser dados. O confronto com o filho, Francisco, acabou por não acontecer porque, ainda no aquecimento, o jovem internacional português da Juve lesionou-se e teve de ver o seu nome trocado pelo de Yildiz na equipa titular.
Uma alteração inesperada mas que… resultou em cheio. O miúdo turco esteve endiabrado e se a primeira parte teve maior ascendente por parte da vecchia signora isso muito se deveu a ele. A cereja no topo do bolo, essa, chegava aos 21 minutos, quando Yildiz respondeu do melhor modo ao passe fantástico de Mbangula e disparou para o 1-0, que se manteve até ao intervalo.
A Juventus ia merecendo a vantagem, apesar das poucas oportunidades criadas numa primeira parte em que, até ao golo, a partida estava a ser bem disputada, embora sem lances de vulto juntos das balizas, mas que, depois do 1-0, viu o ritmo manter-se, sim, mas a qualidade a baixar: a intensidade nos duelos a meio-campo só fez crescer o número de faltas.
Só à beira do intervalo, se voltou a sentir alguma emoção, primeiro por Fofana, a tentar de longe a igualdade para o Milan mas a ver a bola sair ligeiramente ao lado, e depois por Yildiz, novamente frente a frente com Maignan, que desta feita levou a melhor...
Começava o segundo tempo e, mais do mesmo, a Juventus a atacar, o Milan a desesperar. Logo aos 47’, Vlahovic quase faz o 2-0, após cruzamento de Yildiz. O remate, em excelente posição, saiu, porém, ao lado...
Até que, aos 55’, um estrondoso falhanço de Theo Hernández, a desperdiçar o 1-1 com a baliza à mercê, parece ter despertado o Milan, que foi crescendo, crescendo, crescendo até... à magnífica explosão!
Primeiro, por Pulisic, rasteirado na grande área. Pénalti para o Milan que o próprio tratou de converter, com um disparo forte, mas arriscado, para a zona central da baliza e que Di Gregorio quase travou... Quase! A verdade é que estava feito o 1-1 e a equipa de Conceição atirava-se com tudo na busca do 2-1.
Que chegaria quatro minutos depois, num lance caricato... Musah, que entrara há uns instantes, arrancou na direita, cruzou e viu a bola desviar-se caprichosamente nas pernas de Gatti e dirigir-se para o fundo de uma baliza vazia, por Di Gregorio já saíra para tentar travar o tal cruzamento... Azar da Juve, sorte grande para o Milan. E que festa no Al-Awwal Park, casa do Al Nassr de Cristiano Ronaldo e de Otávio... que Conceição até desejará ter no seu novo (e vencedor) Milan!
Até final, emoções ao rubro. A Juventus na busca do empate, mas a abrir muitos espaços na defesa que o Milan ia aproveitando para criar perigo. Esteve sempre mais perto do 3-1, mas não se livrou de alguns sustos mesmo nos derradeiros instantes... Apito final, festa rossonera na Arábia Saudita e, em particular de Sérgio Conceição, com uma vitória importante nesta nova fase pós-Paulo Fonseca e que dá direito a estar no jogo que poderá ditar, desde já, a conquista de um troféu.
A final com o Inter será na segunda-feira, também em Ríade, e com boa notícia para o ex-treinador do FC Porto: já terá à disposição o talento de Rafael Leão, ausente por estar na fase final de recuperação de lesão, mas que estará disponível para a final da Supertaça de Itália.
Após a partida, eis finalmente o encontro entre pai e filho: Sérgio Conceição abraçou o azarado Francisco:
E, por fim, uma novidade no Milan, mas que, em Portugal, há muito era conhecida: a habitual rodinha no final do encontro no relvado, com o capitão a deixar logo ali as primeiras palavras. Neste caso, seguramente, de celebração!