Estoril quer virar a página e vencer: «O que se passou em Chaves ficou lá»
O plantel do Estoril celebra a obtenção de um golo em jogo pela Liga de futebol. Foto: Maciej Rogowski/Imago.

Estoril quer virar a página e vencer: «O que se passou em Chaves ficou lá»

NACIONAL27.04.202415:12

Vasco Seabra garante que o plantel dos 'canarinhos' se alheou de toda a polémica e apenas está focado em derrotar o Famalicão; assinalou união do grupo e foco nos objetivos desportivos

O início de semana foi particularmente conturbado para o Estoril, que no domingo esteve envolvido em tumultos no embate com o Chaves, no qual teve lugar uma invasão de campo com confrontos entre jogadores e adeptos, duas expulsões – e mais uma após o apito final –, uma longa interrupção seguida da retoma da partida, na qual sofreu o golo da igualdade com um jogador de campo improvisado na baliza.

Na segunda-feira, o Estoril emitia um comunicado; no dia seguinte, organizava uma conferência de imprensa extraordinária. Já o plantel…deitou tudo para trás das costas, assegura Vasco Seabra na antevisão à receção ao Famalicão, marcada para este domingo. «Aquilo que se passou em Chaves, ficou lá. Obviamente que são incidentes que não podem acontecer no nosso futebol», declarou o treinador.

«Estou tremendamente frustrado por sentir insegurança nos nossos estádios quando deve ser uma festa e isto é uma profunda reflexão que devemos fazer no nosso futebol, há que encarar o que aconteceu como um exemplo, porque os jogadores têm de ter segurança e condições para poderem dar e desempenhar o espetáculo que procuram», acrescentou Vasco Seabra, que se focou em alhear o grupo de toda a situação.

«No seio do grupo sente-se aquilo que foi já comunicado pelo nosso presidente em nome de todos nós, e obviamente valorizando que tem de ficar claro que tenho um grupo de trabalho absolutamente extraordinário, com um caráter enorme e cada um dos jogadores trabalha diariamente com uma vontade muito grande de dignificar a profissão que tem. Portanto, como líder do grupo tenho forçosamente de dizer que é um orgulho trabalhar com eles», elogiou ainda.

Dois exemplos destacados foram os de Marcelo Carné e Pedro Álvaro, expulsos em Trás-os-Montes mas disponíveis para competir em função de ainda decorrer um processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Disciplina da FPF para averiguar todos os acontecimentos registados e tomar providências disciplinares.

«Eles estão bem, são dois jogadores com caráter e humildade muito grandes também e dois profissionais absolutamente incríveis, no lado humano são extraordinários. Portanto, sinto-os bem, focados, tiveram a frustração que tiveram, sentiram o peso que tiveram de sentir e seguiram em frente, estão preparados para jogar, o que do meu ponto de vista é justo, e são mais duas opções que temos para continuar a competir», anunciou.

Com estas palavras de reconhecimento público, Vasco Seabra deixa antever que, na receção ao Famalicão, o Estoril deve apresentar-se com Carné, Pedro Álvaro e…mais nove no seu onze inicial. Ultrapassado o triste episódio vivido no passado fim de semana e com o plantel devidamente defendido e salvaguardado, o treinador do Estoril aponta para uma equipa conectada entre si e preparada para dar a devida resposta em campo. «O que temos realmente de fazer é ligar-nos, estarmos unidos e fazermos aquilo que temos vindo a fazer durante todo o campeonato. Jogamos para os nossos adeptos e por nós mesmos», atirou, determinado.

«Temos de dar tudo de nós, 100% de nós, para termos o comportamento que desejamos. Temos uma paixão, dedicação e entusiasmo muito grande pelo jogo e focamo-nos exclusivamente no jogo, que é o que controlamos. O que tem de ser a nossa motivação é a família que temos e pela qual lutamos todos os dias e a forma como desempenhamos a nossa profissão, que é sempre no nosso limite, com muita paixão, alegria e dedicação», estipulou, convicto.

O foco dos canarinhos aponta, por isso, ao Famalicão e aos tão desejados três pontos que podem deixar a manutenção na Liga bem mais próxima, especialmente se for associada a resultados adversos dos perseguidores. «É desta forma que temos de encarar o jogo com o Famalicão. Temos de focar-nos no que são as nossas tarefas, comportamentos, unirmo-nos como temos vindo a fazer e lutarmos muito por cada segundo do jogo», concluiu.