Flamengo «Estamos a mudar o pneu com o carro em andamento»

O Flamengo, de Vítor Pereira, falhou a conquista da Recopa Sul-Americana, correspondente à Supertaça Europeia. Após derrota na primeira mão diante do Independiente del Valle, no Equador (0-1), a equipa do treinador português ainda anulou a desvantagem no Maracanã debaixo de chuva intensa (1-0), mas viria a ser batida no desempate por grandes penalidades, por 4-5, com De Arrascaeta a falhar para o lado dos brasileiros, quando tinha sido ele a marcar o golo que deu o empate na eliminatória aos 90+6.

Apesar de ter perdido pela terceira vez a hipótese de um título (eliminado nas meias-finais do Mundial de Clubes e na final da Supertaça do Brasil), desde que trocou o Corinthians pelo Flamengo em janeiro, Vítor Pereira disse que mantém confiança, numa altura em que o Brasileirão ainda nem começou.

«Não devíamos ter começado assim, devia ter sido com títulos, mas é um trabalho que está no início. Nos dois últimos jogos com todo o plantel, os jogadores deram sinais claros de um grupo unido que quer jogar um futebol de qualidade. É um trabalho que está no início - não é como começa e sim como acaba. Acredito que esta equipa vai dar muita alegria aos adeptos, vai jogar um futebol consistente, de qualidade. Com espírito de grupo, estamos alinhados com a torcida, e por isso estamos tristes e frustrados com o resultado», comentou Vítor Pereira.

«Ainda há muitos títulos a disputar nesta temporada, que é muito longa. A equipa vai dar a resposta, é neste caminho que vamos continuar», acrescentou.

Vitor Pereira foi questionado sobre se já se sentia sob pressão. «Seria muito mais fácil e cómodo para mim não assumir a equipa nestas condições. Assumi sabendo… nós praticamente já jogámos 12 ou 13 jogos. É uma pré-temporada quase como mudar o pneu com o carro em andamento. Estamos a tentar criar um determinado tipo de jogo, que já vejo que começa a ser visualizado, começo a ver muita coisa desse jogo», referiu, deixando mais palavras de confiança:

«Hoje, se tivéssemos feito metade das oportunidades que criámos, provavelmente o discurso aqui seria diferente. Sabia que não teria esse tempo e com muitos títulos para disputar. Se eu visse uma equipa que não lutasse, não trabalhasse, não corresse e não pressionasse dentro do campo... Se eu sentisse que não tinha alinhamento, eu seria o primeiro a dizer que provavelmente não estaríamos no caminho certo para nós. Essa época começou praticamente no jogo com o Botafogo [o anterior] e hoje demos sequência. Foi pena o resultado não traduzir.»