«Elogios para embalar», ausência de Iván Jaime, Lazio e Namaso: tudo o que disse Vítor Bruno
Treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo com a Lazio, referente à quarta jornada da Liga Europa
— O treinador da Lazio deixou muitos elogios e comparações entre as duas equipas. Concorda?
— É preciso ter cuidado com os elogios; podem ser apenas para nos embalar. Temos de estar atentos. Há, sim, algumas semelhanças. Hoje em dia, há certos conceitos que se tornaram quase um estigma – as pessoas veem três ou quatro ideias em todas as equipas: a pressão alta, a construção desde trás... Temos de respeitar o adversário e a Lázio sabe o perigo que podemos oferecer. Amanhã será um jogo muito rico do ponto de vista tático, onde vamos ser ambiciosos e audazes, com sentido de responsabilidade e com ambição de vencer. Até pela pontuação que temos nesta Liga Europa. Queremos muito sair do jogo com sete pontos.
— A Lazio do campeonato e da Liga Europa são diferentes? FC Porto será mais na expectativa no jogo com a Lazio?
— Sim, há diferenças, principalmente nas peças que vão a jogo. No modelo e na estrutura, quase nenhuma. A Lázio tem feito muita rotação, variando entre competições – com um padrão na Liga Europa e outro no campeonato. No perfil coletivo, não muda muito; mas o perfil individual obriga-nos a ter cuidados específicos. É diferente jogar o Zaccagni ou o Noslin de um lado, ou o Guendouzi e o Rovella no meio-campo… O Nuno Tavares vai jogar. São variações individuais, mas o perfil coletivo está bem enraizado. Não vamos especular no jogo, não é isso que fazemos, nem ficaremos à espera. Temos uma identidade e vamos procurar o jogo. Se esperarmos, o mais provável é que as coisas não corram bem. Respeitamos a Lázio – é um adversário forte e valioso, mas também com pontos a explorar. Sem especulações, queremos atacar da melhor forma e ir atrás do que realmente queremos, que é ganhar.
— Wendell e Iván Jaime estão ausentes da convocatória porquê?
— O Marko Grujic é o único que não pode vir por motivos físicso. Os restantes [Wendell e Iván Jaime] foi por opção.
— Tendo o clássico tão próximo no calendário, conseguiu com que os jogadores se abstraíssem desse jogo com o Benfica e se concentrassem apenas no duelo com a Lazio?
— Não estamos em condições de preparar dois jogos ao mesmo tempo. Se estivéssemos na fase final da Liga Europa, com a qualificação já garantida, talvez pudéssemos fazer algum tipo de gestão, mas neste momento não vamos fazer isso. O nosso pensamento está sempre na vitória. Vamos avaliar quem está em condições de jogar amanhã, pois estamos a competir ao quarto dia e é essencial perceber o estado físico dos jogadores. Quem estiver bem, vai a jogo, sem reservas e sem pensar no próximo desafio, apesar da importância que o jogo de domingo tem. Dadas as circunstâncias da nossa posição na tabela, não podemos abordar o jogo de outra forma. Temos a ambição de garantir a qualificação direta nesta competição.
— Namaso consegue fazer uma ligação entre setores. Tem sido um jogador determinante?
— O Namaso tem sido a escolha mais recente. O nosso terceiro homem do meio-campo pode ser um, noutros pode ser outro... Perceber o momento de cada um, tentando tirar o melhor que cada um pode dar em cada momento. O Namaso dá muita agressividade com bola, aproxima-se bem do avançado. Se é bem um terceiro médio ou mais um segundo avançado, eles sabem que papel têm de ter. Depois o perfil individual leva por caminhos distintos. O Namaso tem a vantagem de nos conhecer há algum tempo, tem conhecimento do que queremos dele. Pode jogar por dentro, por fora, fez durante a Liga, nos Açores, a derivar da esquerda para dentro. Tem atitude competitiva brutal. É uma premissa para poder jogar no FC Porto.
— Pode aprofundar um pouco mais a ausência de Iván Jaime na convocatória?
— O Iván Jaime, como já mencionei há pouco, não está aqui por opção, claramente. Temos um plantel extenso, que ultrapassa os 30 jogadores, uma situação que não era o nosso plano inicial para esta época. Com um grupo tão grande, é inevitável que alguns jogadores tenham de ficar de fora. Neste momento, ele não está a ser opção, mas isso não significa que esteja descartado. Pode perfeitamente voltar a jogar num futuro próximo. Dependerá das circunstâncias do momento, do adversário e da nossa avaliação técnica para escolher quem poderá acrescentar valor num jogo que consideramos tão importante.
— Que lembranças tem do último jogo contra a Lazio? Falou com Sérgio Conceição?
— Não abordei diretamente com os jogadores, mas estive presente e vi com os meus próprios olhos. Guardo boas memórias dessa fase, onde alcançámos sucesso. Não vencemos o jogo em Itália, empatámos 2-2, mas garantimos a vitória no Porto. Já tivemos vários confrontos com equipas italianas – alguns foram mais positivos do que outros. Contudo, temos alguns momentos que nos trazem orgulho: eliminámos a Roma, a Lázio, a Juventus... São memórias valiosas que servem de inspiração para nós. Claro, isso não garante a vitória amanhã, mas funciona como uma motivação. Voltar a vencer em Itália é o nosso objetivo, para que possamos, mais tarde, recordar esta jornada e dizer que valeu a pena vir a Roma e ganhar à Lazio.
— FC Porto e Lazio: duas equipas de Champions? Que adversário espera?
— Claramente duas equipas de Champions, é óbvio e claro. Se podemos ganhar a Liga Europa ou não, o nosso grande objetivo primeiro é ganhar amanhã. Depois pensaremos mais à frente. Não me lembro de falar do jogo da Udinese com a Lazio porque fomos buscar estes jogos mais recentes, onde tem sido mais bem-sucedida. Esperamos uma Lazio com um jogo forte de corredores, temos de saber explorar os espaços, queremos ter muito da segurança das respostas que o Nehuén deu e também da irreverência que lhe corre nas veias do sangue argentino.