Eduardo Almeida reencontra Arema em Bali (ainda com tragédia bem presente)

Indonésia Eduardo Almeida reencontra Arema em Bali (ainda com tragédia bem presente)

INTERNACIONAL13.08.202318:14

Naquele primeiro dia de outubro de 2022, Eduardo Almeida ainda se encontrava em Malang. Tinha deixado o comando técnico do Arema FC semanas antes, subsistiam ainda alguns detalhes da revogação de contrato por acertar. Por um acaso, não foi ao estádio. Acabou por seguir o dérbi com o Persebaya Surabaya pela televisão. Tinha planeado, depois do jogo, encontrar-se com alguns amigos do clube. O que já não aconteceu.

Os acontecimentos que se seguiram ao jogo ultrapassaram todos os limites e terminou como uma das maiores tragédias num estádio de futebol nas últimas décadas. Depois da vitória do Persebaya Surabaya frente ao Arema, no Kanjuruhan Stadium, em Malang, uma invasão de campo com violentos confrontos e intervenção da polícia de choque terminou com pelo menos 135 mortos. Desde então, o estádio encontra-se interditado. Com o Arema a realizar os seus jogos em Bali.

Agora, à frente do RANS Nusantara e na véspera do reencontro com o Arema, o segundo clube que dirigiu na Indonésia e onde fez história (4.º lugar no campeonato na primeira época e a conquista da Taça do presidente na campanha seguinte), o treinador português Eduardo Almeida, de 45 anos, confidencia a A BOLA que mantém relações de proximidade com o clube de Malang, mesmo que do plantel que liderou a maioria dos jogadores já tenham partido para novos desafios. «Tenho falado com frequência com um treinador assistente. E, na pré-época, num jogo-treino falei com alguns jogadores do meu tempo. Muitos saíram. Só ficaram os capitães e mais três ou quatro jogadores do meu tempo», revela.

Apesar das mudanças no Arema, que se seguiram aos trágicos acontecimentos em Malang, Eduardo Almeida mantém «boa relação com os jogadores que lá ficaram e com outros elementos do staff». Uma relação cimentada, sobretudo, no período em que toda a equipa trabalhou em isolamento. «Passámos grandes momentos juntos em ano e meio, que coincidiu, em grande parte, com o período covid. Estivemos em ‘bolha’ um ano. É como uma família. Inclusive, a minha mulher e os meus filhos já estão em Bali, com as esposas e filhos dos assistentes e também com a esposa de um dos capitães e vão ver o jogo juntas, independente de sermos de equipas diferentes», destaca a A BOLA.

O RANS Nusantara é, recorde-se, o terceiro clube de Eduardo Almeida na Indonésia, onde trabalha desde 2019. Primeiro, à frente do Semen Padang, e nas épocas seguintes no Arema FC, onde conseguiu um 4.º lugar e conquistou a Taça Presidente em 2022.

Esta temporada, na cidade de Cilegon, Eduardo Almeida conta com o apoio, em português, do adjunto Jorge Almeida, 37 anos, do preparador físico Luís Bragança, 27 anos, e dos centrais Kiko, 23 anos, ex-Montalegre, e Ângelo Meneses, ex-Sporting da Covilhã, 30 anos, e dos avançados Tavinho, 29 anos, e do luso-angolano Evandro Brandão, de 32 anos, ambos ex-Alverca.

Antes, e numa carreira que conta com várias épocas no futebol asiático (sobretudo no sudeste do continente), Eduardo Almeida teve passagens por Hong Kong, Malásia, Laos e Tailândia. Trabalhou ainda na Hungria e na Tanzânia. Já em Portugal, e como treinador principal, dirigiu Atlético do Cacém, Olímpico do Montijo, Atlético Reguengos, Pinhalnovense e Angrense. Trabalhou ainda na formação do Alenquer e Benfica, Benfica, União de Almeirim e Estrela da Amadora.