Dirigente do Lousanense acusado de auxílio à imigração critica agente de futebol

Dirigente do Lousanense acusado de auxílio à imigração critica agente de futebol

NACIONAL01.10.202420:52

Tesoureiro do clube afirmou que o empresário teria cobrado valores a jogadores que foram para o clube e o vice-presidente afirmou que todo o processo de inscrição dos atletas era conduzido pelo coordenador de futebol, que já morreu.

Começou esta terça-feira o julgamento do Lousanense e três dos seus dirigentes, que estão acusados de auxílio à imigração ilegal, com o tesoureiro do clube a apontar culpas ao agente brasileiro - atualmente de paradeiro desconhecido - que seria responsável pelos jogadores.

O Lousanense, clube da Lousã (distrito de Coimbra) que milita nas competições distritais, três dos seus dirigentes com funções entre 2018 e 2020, e um agente de futebol são acusados de sete crimes de auxílio à imigração ilegal, sete crimes de utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal e sete crimes de falsificação pelo Ministério Público, de acordo com a acusação a que a agência Lusa teve acesso.

O tesoureiro do clube afirmou que esse agente teria cobrado valores a jogadores que foram para o clube e o vice-presidente afirmou que todo o processo de inscrição dos atletas era conduzido pelo coordenador de futebol, que já morreu.

O presidente, por outro lado, disse que só ocupava o cargo, porque «não havia mais ninguém», admitindo que assinava «de cruz» os documentos que lhe pediam e que nunca movimentara as contas do clube, sem estar ciente de alguma incoerência.

Também o vice-presidente do Lousanense afirmou que era o coordenador de futebol que assegurava o processo com os jogadores estrangeiros e analisava se estes teriam potencial para jogar no clube.

Segundo a acusação, os membros da direção terão elaborado e subscrito documentos em que alegavam que asseguravam os meios de subsistência aos jogadores. Posteriormente, para a inscrição dos jogadores na Federação, era anexada uma alegada falsa promessa de contrato de trabalho.

O tesoureiro admitiu que o clube não tinha qualquer interesse em assegurar um contrato de trabalho para os jogadores, já que a instituição era amadora e não tinha capacidade para pagar salários.