Sporting-Arsenal, 1-5 Destaques do Sporting: pesadelo para quem já não estava habituado a perder
Trincão bem tentou fazer magia, mas o espetáculo era outro. O mais perto que Gyokeres esteve do golo foi uma bola ao ferro... Capitão Hjulmand foi o pulmão de uma equipa que se viu em caminhos apertados
A figura do Sporting: Trincão (nota 6)
O tridente ofensivo viveu realidade a que não está habituado. A bola chegou quase sempre em condições adversas e sem grandes apoios para dar sequência às jogadas. A habitual pressão para os libertar não existiu e, claro, tiveram de recuar no terreno. Trincão acabou por ser o elo mais forte, sendo no seu registo de espírito de equipa. À passagem da meia-hora sofreu falta de Calafiori e encarregou-se de cobrar livre descaído para a direita, com Raya não só a agarrar a bola como também a lançar um contra-ataque! Na segunda parte esteve mais vistoso, logo a começar com a cobrança do canto, do lado direito do ataque, com Gonçalo Inácio a faturar. Logo de seguida, em missão defensiva, evitou que Rice criasse perigo junto da baliza dos leões e fechou exibição com remate potente (75') com Raya a ceder canto após desvio.
Franco Israel (4) — Encaixou cinco golos (esta época só havia sofrido três). Sofreu o primeiro a frio, no segundo Saka passou-lhe a bola entre as pernas, no terceiro, após canto, não teve hipóteses, no quarto, de penálti, ainda adivinhou o lado (o seu esquerdo), mas o pontapé de Saka ia muito colocado e no quinto deixou escapar a bola. Defendeu remate de Partey (21') e outro de Saka (31').
St. Juste (4) — Esteve uns furos abaixo daquilo que dá ao jogo, muito por culpa do caudal ofensivo dos ingleses, entenda-se. A sua área esteve sempre muito povoada, sentiu dificuldades em sacudir a pressão.
Diomande (3) — O amarelo aos três minutos, mais por protestos do que pela picardia com Havertz, acabou por condicioná-lo e, claro, Saka, Declan Rice, Martinelli e Havertz tiveram matreirice para tirar partido dessa fragilidade. Cometeu penálti com uma entrada por trás, aos 64', derrubando Odegaard na área, com Saka a encarregar-se de não desperdiçar a grande penalidade.
Gonçalo Inácio (5) — Acabou por ser o elo mais forte da defesa, mas apenas na segunda parte, em que literalmente entrou a marcar, após canto eximiamente cobrado por Trincão, o camisola 25 ganhou posição a Calafiori e rematou rasteiro, de pé esquerdo, para o fundo das redes. Aos 57', ainda ganhou nas alturas, mas o cabeceamento saiu fraco para as mãos do guardião espanhol, Raya.
Quenda (5) — Não ficou bem na fotografia no primeiro golo, mas fez uma exibição em crescendo. Foi bailado à frente de Calafiori, conseguiu um cruzamento largo (16') com Maxi Araújo pronto para cabecear, mas Timber cortou; aos 44' recebeu com a esquerda e rematou com a direita, para Raya ceder canto. Mais uma ou outra incursão pelo corredor direito, mas sem resultados práticos.
Hjulmand (6) — O capitão foi o pulmão da equipa. Fez de tudo um pouco: defendeu, organizou, rematou. Destaque para os lances em que esteve muito perto de marcar: aos 73' num remate à entrada da área, em jeito, com Raya a desviar para canto e aos 90+2', outra vez de meia-distância, para o espanhol desviar para novo canto.
Morita (5) — Odegaard foi osso duríssimo de roer, teve uma noite sobrecarregada no miolo. Uma bomba de meia-distância (47'), com Raya a voar para a esquerda e a negar-lhe o golo.
Maxi Araújo (4) — Sentiu muitas dificuldades a fechar o lado esquerdo, com Saka a fazer dele gato-sapato. No segundo e terceiro golos ficou nas covas.
Gyokeres (5) — Sempre muito 'apertado' por Gabriel Magalhães e Saliba. O mais perto que esteve do golo foi aos 86', em jogada de insistência a aguentar pressão de Saliba e a rematar ao poste direito. Antes, um livre direto muito por cima (52'), um míssil de pé direito que saiu por cima do travessão (62') e um remate para mãos de Raya (67').
Edwards (5)— Jogou na esquerda, mas teve de recuar muitas vezes para dar ajudinha na defesa, o que o desgastou bastante (antes do intervalo estava a coxear). Um par de arrancadas, cruzamento traiçoeiro quase a resultar e um remate de pé direito por cima.
Catamo (4) — Entrou com a equipa a perder 1-4, era difícil conseguir operara reviravolta com um estalar de dedos. Ainda rematou (73’), mas para a bancada.
Daniel Bragança (4) — Ser lançado no jogo três minutos depois de a equipa ter sofrido o quarto golo, com a equipa destroçada face à desvantagem, não foi de todo fácil.
Harder (4) — Entrou com raça, é certo, mas o jogo estava bem diferente daquilo a que tem estado habituado. Não conseguiu rematar.
Matheus Reis (-) — Rendeu Gonçalo Inácio, troca por troca no lado esquerdo da defesa.
João Simões (-) — Premiado com dois minutos na Champions.