Destaques do Sporting: Pedro Gonçalves foi o sal, Gyokeres apimentou manjar
Gyokeres voltou ao golos, após cinco jogos sem marcar, e assinou dois frente ao V. Guimarães (Miguel Nunes)

Destaques do Sporting: Pedro Gonçalves foi o sal, Gyokeres apimentou manjar

NACIONAL21.04.202423:34

Pedro Gonçalves esteve no lote dos elos mais fortes: marcou, assistiu e construiu; Trincão de classe refinada em todos os momentos do jogo; Geny(o) Catamo andou à solta na direita

Melhor em campo: Gyokeres (8)

Tenso. Era evidente no semblante do sueco nos primeiros lances em que se fez à bola, por entre uma defesa cerrada - na maior parte do tempo com cinco homens -, mas o brilho nos olhos e o sorriso rasgado surgiram quando, mesmo ao cair do pano para o intervalo, fez balançar as redes, após excelente jogada coletiva, ao primeiro toque. Na abertura da segunda parte, com remate indefensável, bem posicionado, na cara de Varela, à espera da redondinha, que lhe chegou magistralmente dos pés de Trincão, assinou o segundo. Poderosíssimo nos arranques, sempre a bailar diante dos centrais, é um desequilibrador nato. Trabalha muito em prol da equipa.

Franco Israel (6) — O uruguaio encaixou uma bola aos 17’, a remate do brasileiro Kaio César, numa ação cheia de confiança, a transmitir importante mensagem aos companheiros. De resto, sempre que solicitado, limitou-se a tocar a bola com algum colega, enviada em segurança, diga-se, sem correr riscos desnecessários. Manteve-se sempre atento, de olhos na bola, a controlar as ações do jogo.

St. Juste (7) — A justificar aposta no onze, fez valer-se da sua principal arma: a velocidade. Sempre que ganhou liberdade no terreno, subiu, com peso, conta e medida, não deixando a retaguarda desguarnecida. Atento é o nome do meio do neerlandês, que não perde uma oportunidade de fintar, sem medo, fruto da sua confiança. Teve mais trabalho com a entrada de Nuno Santos, a partir dos 59 minutos, mas sem perder o controlo do seu raio de ação.  

Coates (7) — Faz da experiência um posto e ganhou muitos lances apenas com simulação corporal. Atento, a organizar a defesa, sempre com sentido posicional, sem grande alarido num jogo em que, diga-se o jogo do Sporting passou muito pela linha defensiva, na tentativa de desmontar a teia vimaranense, obrigando os visitantes a subir para procurar a bola e, depois, lançar a construção das jogadas.

Gonçalo Inácio (7) — Esteve sempre de olho no rapidíssimo Kaio César que, embora não tivesse criado ocasiões de perigo, foi sempre uma formiguinha na busca de migalhas. Apostou nos pontapés longos, primeiro com Nuno Santos como remetente e, depois Pedro Gonçalves, em dois lances que, diga-se, geraram ocasiões de golo.

Geny Catamo (7) — Aos 21’ fez remate com selo de golo (a lembrar o que marcou no dérbi), com Varela batido, mas Borevkovic estava no sítio certo para limpar. Foi pelo seu corredor que o leão mais atacou e, com sucesso. A rápida execução, de pé esquerdo, criou vários desequilíbrios - Afonso Freitas viu-se em papos de aranha -, e foi dos seus pés que saiu o cruzamento para o primeiro golo.

Daniel Bragança (7) — Sempre muito mexido na tentativa de furar a teia defensiva, esteve envolvido em dois golos. Aos 58’ teve um  remate cheio de intenção, de pé esquerdo, quando se pensava que ia cruzar, com a bola a subir um pouco acima do travessão.  

Hjulmand (7) — Pediu muitas vezes a bola, mas o jogo no miolo esteve sempre muito mastigado. Mas o dinamarquês é dos que joga sempre pela certa, raramente se precipita. Fez um punhado de jogadas de 'toca e foge' a revelar entendimento com Bragança. Um verdadeiro patrão no meio-campo.  

Nuno Santos (7) — Autêntico furão a desbravar caminho na esquerda; um punhado de cruzamentos mortíferos; sempre a jogar na antecipação a fazer-se valer da capacidade de leitura do jogo.

Trincão (7) — Grande passe a desbloquear o jogo para a área, com Bragança a lutar pela bola, Manu a tocar e Pedro Gonçalves a aproveitar. A receção, aos 50’, dentro da área, deixando (outra vez) Manu nas covas foi de grande requinte, servindo Gyokeres, que não tinha como falhar o golo. Aos 59’, procurou o golo, mas a bola acabou por bater em Bragança. 

Pedro Gonçalves (8) — Num remate de primeira inaugurou o marcador, após ressalto na área; fez a assistência para o segundo; deu a bola a Trincão no terceiro, com um passe que parecia teleguiado: foi o tempero em dose certa no condimento do manjar que foi esta importante vitória.

Edwards (5) — Um potente remate cruzado (82’) e um passe de calcanhar para Geny.

Morita (5) — Entrou na raça, do lado esquerdo de Hjulmand.

Paulinho (5) — Ajudou a manter a posse de bola (cometeu uma falta ofensiva).  

Eduardo Quaresma (-) — Limpou a bola num canto de Nuno Santos (90+1’).

Fresneda (-) — Um passe falhado (ficou a reclamar consigo próprio).